Amigas de jovem esfaqueada alertam para importância de denúncia à polícia

Tristes pela fatalidade que vitimou a jovem de 19 anos, que morreu em Presidente Prudente após ser esfaqueada pelo ex-companheiro, amigos e familiares prestam homenagens a Evelyn Gonçalves no velório do Cemitério Municipal Campal. Na tarde desta sexta-feira (15), foi relatado ao G1 que a vítima vinha sofrendo ameaças e, com a situação, os entes queridos aproveitaram para reforçar a importância da denúncia sobre a violência contra a mulher. O sepultamento está previsto para as 9h deste sábado (16).

Amiga da família, a fotógrafa Fernanda Piffer comentou que a vítima falou para algumas colegas que o ex-companheiro a ameaçava por meio das redes sociais. "As amigas disseram que era para ela avisar a mãe, mas ela não falou que estava acontecendo isso, algo que a gente ouve em vários lugares. Então, acabou acontecendo essa atrocidade, sem ela ter nenhuma chance de se defender", contou.

"A mulher precisa denunciar, mesmo quando se pensa que não vai acontecer nada", salientou Fernanda ao G1.

Relacionamento

Todos os dias quando saía do serviço, a amiga Tainara de Souza Sanches, de 21 anos, ia até a casa da vítima, o que se repetiu, inclusive, na noite do crime. "Eram 21h50, eu passei na casa da Evelyn e ninguém respondeu. Fui embora e logo passou uma viatura da polícia", lembrou. Um tempo depois, Tainara ficou sabendo da fatalidade que ocorreu com a amiga.

"Há um tempo ela conversou comigo e disse que o relacionamento não estava mais dando certo e que ela não queria mais esse relacionamento, então, eu falei: 'Evelyn, se você acha que não está mais dando certo, é melhor vocês terminarem'", contou ao G1. "Ela também falou que, quando se separaram, ele começou a fazer ameaças. Antes disso, ainda aconteceram agressões e ela já estava cansada", relatou Tainara.

Conforme a amiga da vítima, o autor das facadas era ciumento. "Pelo menos para nós, que éramos amigas, ele sempre demonstrou ser amigável. Só que, em uma fase do relacionamento deles, ele não deixava ela falar com nenhuma das amigas. Até então, eu era a única que ele deixava, pois moro na rua de cima da casa dela", relatou.

Ela ainda contou que aconselhava a vítima a ir até a Delegacia da Polícia Civil para denunciar as ameaças. No começo, Evelyn relutava, mas, recentemente, tinha comentado sobre ir à unidade policial.

'Like'

Ainda em entrevista ao G1, Tainara reforçou a importância de não se calar diante de ameaças e agressões. "Não pode deixar essa situação. Se tem a primeira agressão, terá a segunda, a terceira...", disse.

Ela ainda contou que um dos motivos das ameaças foi a "curtida" em uma foto na rede social, que não agradou o indivíduo. "O que ele fez não tem desculpa. Fazer isso só porque alguém curtiu a foto dela? Ele já planejava fazer isso. Ele queria acabar com a Evelyn e sua família", desabafou Tainara.

Inspiração

"A Evelyn sempre foi tranquila e uma amiga para todas as horas. Sempre deu conselhos, sempre foi 'cabeça', ela brigava quando a gente fazia coisa errada. Ela sempre foi minha inspiração", disse ao G1. "Esses dias estávamos falando em fazer uma tatuagem de amizade e aconteceu essa tragédia", lembrou Tainara.

O caso

A jovem de 19 anos foi assassinada a facadas pelo ex-companheiro, na residência onde morava, por volta das 22h40 desta quinta-feira (14), no Jardim Maracanã, em Presidente Prudente. De acordo com as informações do Boletim de Ocorrência, após matar a vítima, o autor, de 23 anos, trocou de roupas e "foi pedir uma pizza".

O casal tinha um filho de dois meses, que também estava na casa no momento do crime, mas não ficou ferido. O relacionamento dos dois tinha acabado havia pouco mais de um mês.

Uma equipe de resgate do Corpo de Bombeiros foi acionada para comparecer ao local e prestou os primeiros socorros, entretanto, a vítima não resistiu às lesões e morreu em sua casa. De acordo com a Polícia Militar, ela foi golpeada, aproximadamente, 30 vezes.

Evelyn Gonçalves tinha 19 anos e deixa um filho (Foto: Reprodução/Facebook)