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Conheça os mitos e verdades sobre a Esclerose Múltipla

A enfermidade pode causar dificuldades motoras, sensitivas e visuais, que impactam diretamente na qualidade de vida dos pacientes

Divulgação

  • 25/08/16
  • 16:00
  • Atualizado há 395 semanas

O mês de agosto representa uma época importante no quesito saúde, pois reforça a importância da conscientização sobre uma doença que pode ser grave e é pouco conhecida: a Esclerose Múltipla, que acomete mais de 35 mil brasileiros, segundo a Associação Brasileira de Esclerose Múltipla (ABEM), e cerca de 2 milhões de pessoas no mundo, de acordo com a Federação Internacional da EM.

A doença é do tipo autoimune, crônica, responsável por comprometer o sistema nervoso central e prejudicar a neurotransmissão, provocando dificuldades motoras e sensitivas que impactam diretamente na qualidade de vida dos pacientes.

"Embora sua causa ainda seja desconhecida, os mecanismos da EM vêm sendo estudados e identificados no mundo todo, o que possibilita uma melhora na indicação do tratamento e consequentemente na vida das pessoas afetadas", afirma Profa. Dra. Soniza Alves-Leon, Professora de neurologia da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO) e chefe do centro de referência em Esclerose Múltipla do Hospital Universitário Clementino Fraga Filho da UFRJ.



Para entender uma doença complexa como a EM de forma mais clara, abaixo estão alguns mitos e verdades sobre o assunto, que poderão contribuir para o conhecimento tanto de pessoas que convivem com a doença direta ou indiretamente.

Mitos e verdades

EM é uma doença mental e suscetível de prevenção.

MITO

Por ser uma doença neurológica que pode comprometer a dicção e cognição, além de alterações motoras, há uma percepção equivocada em relação ao problema, que não pode ser considerado uma doença mental. Trata-se de uma doença desencadeada pelo sistema imunológico da pessoa acometida.

Devido ao desconhecimento sobre as causas da doença, não é possível, até o momento, falar em prevenção. O melhor a fazer é buscar o máximo de informações possível para lidar e tratar a enfermidade.

Pode ser silenciosa e se manifestar de diferentes formas ao longo do tempo, tornando difícil o diagnóstico.

VERDADE

As lesões no cérebro e na medula espinhal causadas pela doença podem ocasionar diferentes sintomas, que podem se apresentar de forma sutil e transitória, e que vão desde visão dupla ou embaçada, fadiga, formigamentos, perda de força e falta de equilíbrio, até incontinência urinária, ocorrendo de forma isolada ou em conjunto. A diversidade e intensidade de sintomas podem levar os pacientes a buscar ajuda de diferentes especialistas e usar diversos tratamentos até chegar ao correto diagnóstico, em geral feito por um neurologista.

Tem relação direta com a idade avançada.

MITO

Apesar de muitas pessoas associarem esta patologia à idade avançada, os pacientes têm, em média, 30 anos quando recebem o diagnóstico da doença, sendo que o principal grupo de risco são mulheres jovens, segundo dados do Atlas da Esclerose Múltipla 2013, da Federação Internacional de Esclerose Múltipla. A doença também pode acometer homens, crianças e, eventualmente, pessoas acima dos 50 anos.

A esclerose múltipla é uma doença fatal em todos os casos.

MITO

Apesar de ser crônica e autoimune, que atinge o sistema nervoso central, a enfermidade não é considerada fatal. "A maioria das mortes associadas à EM são devido a complicações em estágios avançados e progressivos da doença. Por isso o tratamento precoce é de extrema importância, pois pode contribuir na desaceleração da progressão da doença, além de ajudar a prevenir complicações", completa a neurologista.

Tem tratamento, mas não é curável.

VERDADE

Embora não haja cura para a esclerose múltipla, existem tratamentos disponíveis que atenuam os efeitos e podem impactar a progressão da doença. O uso de imunomoduladores, como os interferons beta 1-b, beta 1-a e acetato de glatiramer diminuem a frequência dos surtos, agindo sobre os mecanismos imunológicos e minimizando a atividade inflamatória. O estudo BENEFIT, acompanhado ao longo de 11 anos pelos Comitês Americano e Europeu para Tratamento e Pesquisa em Esclerose Múltipla em Boston, Massachusetts, revela que o tratamento precoce com betainterferona-1b diminui os efeitos das complicações motoras e sensitivas dos portadores em estágio inicial.

De acordo com a ABEM, transtornos emocionais podem ser indicativos da doença, ou seja, em alguns casos, os pacientes se tornam depressivos ou sofrem de excesso de ansiedade. Dessa forma, o tratamento muitas vezes é combinado com antidepressivos. Além disso, uma forma de complementação do tratamento com medicamentos é a realização de fisioterapia, para alongamento e fortalecimento muscular, que pode tornar atividades diárias mais fáceis de se praticar e menos cansativas para os pacientes. A Esclerose Múltipla deve ser tratada de forma multidisciplinar.

Curiosidade:

Entre as opções de tratamento adjuvante, está o Cognifit®, uma ferramenta inteligente utilizada para minimizar alguns dos sintomas da esclerose múltipla e que pode ser acessado via computador, tablet ou smartphone. O mecanismo tem como função principal treinar e estimular os aspectos cognitivos, com jogos que permitem avaliar o estágio do comprometimento da doença e as habilidades cognitivas. O dispositivo, que auxilia no desenvolvimento de atividades cognitivas, funciona como aliado na melhora da qualidade de vida dos pacientes.

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