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Modelo Aline sofreu acidente sozinha; carro 'voou' 34 metros, aponta laudo

Veículo de jovem foi achado em ribanceira da SP-304; o cadáver estava fora. Ela não usava cinto de segurança e não houve colisão com outro automóvel

G1

  • 22/09/16
  • 15:00
  • Atualizado há 395 semanas

A modelo Aline Furlan, encontrada morta aos 28 anos em ribanceira de rodovia de Santa Bárbara d'Oeste (SP), depois de ficar 20 dias desaparecida, sofreu o acidente sozinha, de acordo com laudo técnico da perícia, divulgado nesta quinta-feira (22) pela Polícia Civil de Piracicaba (SP). O exame apontou ainda que a jovem não usava cinto de segurança e que o Toyota Corolla dirigido por ela 'voou' 34 metros após capotar e bater duas vezes no chão.

Aline Furlan foi achada morta no dia 31 de julho. O corpo da modelo e o carro estavam em uma ribanceira da Rodovia Luiz de Queiroz (SP-304), próximo ao limite entre Piracicaba e o município de Santa Bárbara d'Oeste.

O laudo, recebido pela Delegacia de Investigações Gerais (DIG) de Piracicaba, não indicou marcas de frenagem na pista, nem vestígios de outros carros no veículo da modelo, o que descartou a possibilidade de colisão com outros automóveis.

Ainda de acordo com o exame pericial, a modelo seguia sentido Santa Bárbara d'Oeste (SP) quando, por motivos desconhecidos, desviou o carro para a direita, bateu com a frente do veículo, girou, depois chocou novamente a traseira do automóvel e foi parar 34 metros depois. O resultado do laudo será juntado ao inquérito e enviado à Justiça.

Bebida alcoólica e remédio

O laudo necroscópico do corpo da modelo Aline Furlan, realizado pelo Instituto Médico Legal (IML) apontou que a jovem ingeriu bebida alcoólica e remédio antidepressivo antes de dirigir. Ela teve politraumatismo. A data da morte não pode ser confirmada devido ao estado de decomposição do corpo.

Foi constatada a presença da substância Trazodona, presente em remédios contra depressão e que pode causar sonolência, tonturas, dores de cabeça e náuseas. A DIG aguarda laudo técnico da perícia sobre o veículo. Dultra disse que espera o laudo técnico da perícia, que ainda não foi concluído.

A perícia da Polícia Civil realizou, no dia 16 de agosto, medições na área onde foram encontrados o carro e o corpo da modelo Aline Pereira Godoi Furlan no final de julho.

De acordo o delegado Fernando Dultra, da Delegacia de Investigações Gerais de Piracicaba (SP), o trabalho pode ajudar a descobrir se o veículo da jovem foi atingido por outro ou se ela sofreu acidente sozinha.

Dultra reforçou que a hipótese para a morte de Aline é a de acidente de trânsito, mas os testes sobre o caso ainda não estão finalizados. "É uma perícia para tirar dúvidas que podem ter restado na hora de fazer os laudos. Uma das questões que podem ser esclarecidas é se o carro da jovem foi atingido por outro ou se ela caiu sozinha no local", disse.

Pesquisadores da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq), campus da USP em Piracicaba, ajudaram os peritos nas medições do terreno na manhã desta terça-feira.

A modelo fez o último contato com a mãe em 14 de julho. Na madrugada seguinte, ela foi vista pela última vez ao sair de um bar de Piracicaba, no bairro Vila Rezende. Do local onde ela saiu até o ponto na rodovia em que o carro foi achado são 18 quilômetros de distância.

Caseiro achou veículo

Após buscas da Polícia Civil e também do helicóptero Águia, da Polícia Militar, o carro e o corpo da modelo foram achados pelo caseiro de um sítio próximo ao quilômetro 147 da Luiz de Queiroz. O homem passava a pé pelo trecho quando avistou o veículo. Aline estava embaixo do Corolla.

"Eu não pensei que era ela. Tinha ouvido falar do caso, mas nem desconfiei que pudesse ser", afirmou o caseiro Nelson Domingos logo após encontrar a modelo. "Até tentei abrir o carro para ver se tinha gente dentro, mas não consegui. Aí corri até a estrada para pedir ajuda", contou ele na época.

Desaparecimento

Aline foi vista pela última vez ao sair de um bar no bairro Vila Rezende, em Piracicaba. Ela foi sozinha para o carro e seguiu no veículo para a Luiz de Queiroz, conforme informou a Polícia Civil no início das investigações. O helicóptero Águia da Polícia Militar chegou a sobrevoar trechos da rodovia e canaviais próximos por ao menos dois dias seguidos, mas nada havia sido encontrado.

Durante o período em que a DIG de Piracicaba conduziu a apuração sobre o caso, uma busca chegou a ser feita em uma usina de Santa Bárbara d'Oeste.

Dor da família

No dia 19 de julho, quando Aline ainda estava desaparecida, a aposentada Creusa Pereira de Godoi, mãe da modelo, afirmou ao G1: "Estou morta por dentro". No boletim de ocorrência sobre o desaparecimento a mãe da modelo informou que o último contato com a filha aconteceu no dia 14.

Familiares e amigos da jovem chegaram a usar uma página no Facebook para tentar receber informações, denúncias e pistas sobre o paradeiro da jovem. A página "Aonde está Aline Furlan", foi criada por uma amiga no dia 22 de julho.

Após o sumiço, a Polícia Civil pediu a quebra de sigilo do celular da jovem para dar andamento às apurações, e imagens de câmeras de segurança mostravam a modelo passando mal antes de pegar o carro na saída do bar, conforme foi apurado pelo SPTV na época.

A modelo Aline Furlan

O carro da modelo após o acidente

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