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Monopólios e corrupção

Walter Roque Gonçalves

  • 22/01/17
  • 09:00
  • Atualizado há 374 semanas

Segundo pesquisa divulgada em 2016 pelo Banco Mundial em Washington (EUA), o Brasil apresenta melhoras na eficiência do armazenamento e transporte dos produtos agrícolas, do 65º lugar em 2014, agora ocupa o 55º. Contudo, ainda é cedo para comemorar. Há muito o que se fazer para reduzir o custo Brasil!

Para se ter ideia, como afirma a pesquisadora do Núcleo de Economia Agrícola (IE-Unicamp) em artigo no site brasildebate.com.br, os custos dos produtos podem aumentar em até 70% devido a atual logística de transporte.

Edson Carillo, vice-presidente de Educação da Associação Brasileira de Logística (Abralog), no ciclo de palestras realizados pela Diretoria de Atividades Técnicas (DAT) em junho de 2016, reforça as constatações: "o custo operacional do transporte no Brasil pode chegar a 40% a mais do que em países desenvolvidos(...). Toda a produtividade que se teve no campo acaba quando a produção vai para o caminhão".



Carillo afirma que o transporte ferroviário precisa ser melhor aproveitado, somente 41% da malha ferroviária existente está em uso. Outro recurso mal aproveitado são os rios, que poderiam formar boas hidrovias; apenas 26% das hidrovias brasileiras são utilizadas atualmente.

Pesquisas que comprovam a redução de custos com o transporte hidroviário e ferroviário, são divulgadas constantemente. Por exemplo, a pesquisadora Vivian Helena Capacle Correal e Pedro Ramos no artigo "A precariedade do transporte rodoviário brasileiro para o escoamento da produção de soja do Centro-Oeste: situação e perspectivas", esclarece que estes modais são melhores, em razão da eficiência energética e do menor custo, principalmente com cargas volumosas e por longas distâncias.

Analisando os prejuízos dos produtores de todo o Brasil por conta da ineficiência logística, o déficit chega a R$ 9,6 bilhões. Além das perdas serem significativas para a economia brasileira, elas têm crescido a uma taxa média de 6% ao ano.

No próximo dia 24 de janeiro, a renovação ou não da concessão para exploração de 2 mil dos 5 mil quilômetros da malha ferroviária do estado de São Paulo para os próximos 40 anos serão discutidas em audiência pública. É a oportunidade de reduzir o custo Brasil e tornar o nosso país mais eficiente e competitivo. Espera-se que haja soluções para o abandono de 832 quilômetros de ferrovias pelo estado e que o investimento, que pode chegar a R$ 4,7 bilhões, não culmine em monopólios e corrupção.

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