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Alojamento de anseios

Poesia por Raquel de Andrade

Raquel de Andrade

  • 03/03/17
  • 19:00
  • Atualizado há 368 semanas

Por Raquel de Andrade

Quem um dia não pensou que tudo poderia ser diferente

olhando por estas janelas altas de grades tão pequenas?

Horóscopos e meteorologias fazem previsões analógicas

de um futuro tão indeterminado, que real ninguém encena

Vagam por todos os lados as perguntas que incomodam

Cada cômodo um êxtase oportuno de reencontros perdidos

No fundo do quintal a integridade da fala em superfície

O som da voz muda que umidece a face e corroe ouvidos

Seria esse um segundo que dura quase uma eternidade

Seria esse um amparo de vidas famintas e desabrigadas...

Seria esse um estupro de sentimentos, uma ânsia de adjetivos

A dilatação do corpo e da alma em desacordo com a madrugada

Do que vale soluções tão impostas se fatos já se contestam e se oprimem?

O que fazer com a confusãode palavras e pensamentos imperceptíveis?

Se, no ato roubaram a certeza do ontem, deixando dúbios para cada passo

Se sangra a poesia, no desencontro de sonhos que a pouco eram tão cabíveis...

É preferível então concluir o oposto do que esperam estes olhos mórbidos

Aceitar e usufruir o abstrato como uma infinidade de ausentes prazeres

Desnudar-me perante a solidão imbatível a tantas e tantas descrenças

Assistindo enfim aos devaneios que restarão no transcorrer destes mêses...

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