Buscar no site

Escolas ainda estão aprendendo a lidar com alunos transgêneros

Tema inclusão escolar tem se aprofundado nos últimos anos

  • 26/03/17
  • 20:00
  • Atualizado há 368 semanas

Presente constantemente no universo educacional, o tema inclusão escolar tem se aprofundado nos últimos anos. E, mais recentemente, um ponto em especial tem ganhado a voz e a atenção de pedagogos e gestores de instituições de ensino: a inclusão dos transgêneros em sala de aula.

Para Fabio Silva, coordenador pedagógico do Ético Sistema de Ensino, a frequência com o que o assunto vem sendo discutido nos últimos tempos já é uma demonstração dos avanços da sociedade em relação ao tema, mesmo que ainda timidamente. "Não se faz mais de conta que isso não existe e o fato de tratarmos abertamente dessa questão, da maneira mais esclarecedora possível, é que vai nos permitir entender, compreender e a respeitar os transgêneros", diz Silva.

Na escola, educadores e funcionários devem ser os primeiros a estarem preparados a lidar com essa questão. "As escolas precisam acolher seus alunos transgêneros com a mesma naturalidade que recebe a todos os outros. Se a própria escola for resistente ou se mostrar incapaz de lidar com essa situação, deixará de cumprir exatamente um de seus principais papéis, que é a formação de seus alunos em bons cidadãos", completa o coordenador pedagógico do Ético.

A pedagoga Tânia Medeiros, coordenadora do Sistema Maxi de Ensino, concorda e ressalta a importância de se construir uma comunidade escolar pronta para receber e respeitar as particularidades de cada um. "Desde o porteiro da escola até o professor, todos devem ser orientados no sentido de, independentemente do tipo de inclusão, seja ela de gênero, intelectual ou de mobilidade, acolher a todos de maneira igual e carinhosamente, o que é fundamental para o acolhimento de toda a turma em sala de aula".

Na visão de Fábio Silva, a discussão da sexualidade em sala de aula é um dos principais caminhos para que os alunos possam descobrir e aprender mais sobre todas as diferenças e possibilidades que esse universo traz. "Só através do conhecimento é que se derrubam os pré-conceitos", conclui.

O Biólogo Giuseppe Puorto, membro do CRBio-01 - Conselho Regional de Biologia - 1ª Região (SP, MT e MS), conta que não existe ainda uma explicação definitiva a respeito. "Mas, estudos científicos sugerem que ocorre uma falta de sintonia entre a formação da genitália e do cérebro, durante a gestação", conta Puorto.

O Biólogo explica que a genitália, tanto a masculina como a feminina, se forma e se define já na 10ª semana de gestação e o cérebro, na 20ª semana. O que os cientistas desconfiam é que essa incompatibilidade se dá, possivelmente, por interferência de hormônios ou outras substâncias presentes na placenta ou no cordão umbilical.

Receba nossas notícias em primeira mão!

Mais lidas
Ver todas as notícias locais