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Menina de 3 meses de Palmital morre durante cirurgia e família alega que houve erro médico

Hospital abriu sindicância para investigar o caso. Bebê morreu após aspirar a própria alimentação; procedimento deveria ser feito em jejum.

G1 Marília Bauru

  • 12/06/17
  • 11:00
  • Atualizado há 357 semanas

O Hospital das Clínicas de Botucatu abriu uma sindicância para apurar se houve negligência médica na morte de uma bebê de 3 meses de Palmital durante um procedimento cirúrgico realizado no sábado (10). Manuela Martins Nunes foi internada na sexta-feira (9) para tratar uma catarata congênita no olho direito. No entanto, durante a anestesia para o procedimento cirúrgico ela teria engasgado ao aspirar a própria alimentação. Por segurança, o procedimento só poderia ter sido feito com a paciente em jejum.

O pai, Edvaldo de Oliveira Nunes, conta que a bebê sofreu 8 paradas cardíacas e acabou não resistindo. A família diz que não havia dia e hora marcados para a cirurgia, por isso a criança estava sendo amamentada normalmente. A família também confirma que informou a equipe médica de que a bebê não estava em jejum, mas os médicos teriam dito que Manuela passaria apenas por exames, e não por cirurgia.

Em nota, a superintendência do Hospital das Clínicas informou que os médicos interromperam imediatamente o procedimento, quando perceberam que a criança estava aspirando a própria alimentação. A nota também diz que os profissionais encaminharam a criança para a uti pediátrica na mesma hora, mas já em estado grave.

"Ela não ficou internada e foi direto para o centro cirúrgico. Ela estava sem jejum sem nada, ela havia mamado porque não sabíamos quando o procedimento seria realizado. Só ficamos aguardando o leito, o tempo todo. O anestesista saiu lá fora e perguntou como é que estava o jejum. A gente falou que ela mamou. E eles falaram que ela ia ficar com eles, para fazer alguns procedimentos e saiu de lá morta, praticamente, direto pra UTI", afirma Edvaldo.

O pai ainda diz que conversou com o médico tempo depois do quadro da filha se agravar, e que o profissional teria alegado uma falha de comunicação entre a equipe. "Perguntei para o anestesista, na hora do nervoso, ele falou assim que houve falha na comunicação. Faltou comunicação, ele disse", conta o pai.

Para a família, resta a difícil tarefa de aprender a lidar com a falta da filha.

Ainda segundo a nota emitida pelo Hospital das Clínicas de Botucatu, a bebê recebeu toda a assistência que o quadro exigia. O hospital ainda lamentou o ocorrido e diz que vai tomar medidas imediatas para apurar e esclarecer o que aconteceu durante a cirurgia. O corpo da bebê foi enterrado na manhã desta segunda-feira (12) em Palmital.

Manuela tinha 3 meses e tratava de uma catarata congênita (Foto: Edvaldo Nunes / Arquivo pessoal )

Pais alegam que avisaram que a bebê não estava de jejum (Foto: Reprodução/ TV TEM )

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