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PF prende paraguaçuense Aldemir Bendine em operação da Lava-Jato

Aldemir Bendine é investigado por corrupção e lavagem de dinheiro

Correio Braziliense / Foto: Divulgação

  • 27/07/17
  • 08:00
  • Atualizado há 348 semanas

O ex-presidente do Banco do Brasil e da Petrobras Aldemir Bendine, de 53 anos, conhecido como Dida pelos mais próximos, nascido em Paraguaçu Paulista, é o principal alvo da 42ª fase da Operação Lava-Jato. Ele foi preso temporariamente pela Polícia Federal (PF), nesta manhã de quinta-feira (27/7), em Sorocaba (SP), na investigação por corrupção e lavagem de dinheiro. A Operação Cobra, nome dado a esta fase da Lava-Jato, ocorre no Distrito Federal e nos estados de Pernambuco, Rio de Janeiro e São Paulo. No total, a PF cumpre 11 mandados de busca e apreensão e 3 mandados de prisão temporária.

Em Brasília, agentes estão nas ruas para cumprir dois mandados de busca e apreensão, em locais ainda não divulgados pela PF. Os presos deve ser trazidos para a Superintendência da Polícia Federal em Curitiba, onde permanecerão à disposição da 13ª Vara Federal de Curitiba (PR). A prisão de Bendine, que é temporária, tem prazo de cinco dias e pode ser prorrogada pelo mesmo tempo ou convertida para preventiva, que é quando o investigado não tem prazo para deixar a prisão.

Propina

De acordo com a delação feita pelo presidente da Odebrecht, Marcelo Odebrecht, e o ex-executivo da construtora, Fernando Reis, Aldemir Bendine e outros investigados relacionados a ele teriam solicitado vantagem indevida em razão dos cargos exercidos para que o Grupo Odebrecht não viesse a ser prejudicado em futuras contratações da Petrobras. "Em troca, o grupo empresarial teria efetuado o pagamento em espécie de ao menos R$ 3 milhões", disse a PF em nota. Segundo a investigação, os pagamentos só foram interrompidos após a prisão de Marcelo Odebrecht.

O nome da operação, Cobra, é inclusive uma referência ao codinome dado a Bendine nas tabelas de pagamentos de propinas apreendidas no chamado "setor de operações estruturadas" do Grupo Odebrecht, durante a 23ª fase da Lava-Jato. Bendine era homem forte no governo de Dilma Rousseff. Foi presidente da Petrobras entre fevereiro de 2015 e maio de 2016 e substituiu Graça Foster no cargo da estatal. Já no Banco do Brasil, ele presidiu a entidade entre abril de 2009 e fevereiro de 2015.

Ao deixar o cargo no Banco do Brasil, Bendine tinha como "missão" acabar com a corrupção na Petrobras. No entanto, segundo procuradores do Ministério Público Federal (MPF), nas delações constava que ele já cobrava propina no Banco do Brasil e continuou com o esquema criminoso na Petrobras. A abertura de inquérito contra ele foi autorizada pelo juiz Sérgio Moro, responsável pelos processos da Lava-Jato, em junho deste ano.

O Ministério Público Federal (MPF) no Paraná afirma que há indícios de que Aldemir Bendine pediu propina de R$ 17 milhões à época em que era presidente do Banco do Brasil. O valor seria para viabilizar a rolagem de dívida de um financiamento da Odebrecht AgroIndustrial. Na delação, Marcelo Odebrecht e Fernando Reis contaram que o valor da propina foi negado porque entenderam que Bendine não tinha capacidade de influenciar no contrato de financiamento do Banco do Brasil.

No entanto, na véspera de assumir a presidência da Petrobras, em 6 de fevereiro de 2015, Aldemir Bendine e um de seus operadores financeiros voltaram a pedir propina a Marcelo Odebrecht e Fernando Reis, de R$ 3 milhões, para que o grupo empresarial não fosse prejudicado na Petrobras, inclusive em relação às consequências da Operação Lava-Jato.

Aldemir Bendine é investigado por corrupção e lavagem de dinheiro

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