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Mãe consegue trazer os restos mortais do filho para Tupã

Cleberson Luiz de Oliveira, na época com 33 anos, foi morto após ser baleado pela polícia, em 2016, no Mato Grosso do Sul

Redação Diário de Tupã

  • 23/10/17
  • 08:00
  • Atualizado há 338 semanas

"A sensação é de vitória. Depois de mais de um ano, eu posso dizer que agora eu durmo tranquila". O desabafo é de Maria Irandi Pereira, "Landa", 51 anos, que finalmente conseguiu sepultar os restos mortais do filho em Tupã, conforme o site Tupãnotícias.

Cleberson Luiz de Oliveira, na época com 33 anos, foi morto após ser baleado pela polícia, em 2016, no Mato Grosso do Sul. Na época, ele foi enterrado como indigente em um cemitério sulmatogrossense.

Maria Irandi só ficou sabendo da morte do filho um mês após, em agosto de 2016. Desde então, ela tentava encontrar uma maneira de trazer os restos mortais do filho para sepultamento em Tupã.

Os restos mortais de Cleverson foram trasladados por uma funerária local e chegou na madrugada de sexta-feira (20) em Tupã.

O caso

O tupãense morreu na noite de segunda-feira, 8 de agosto de 2016, após ser baleado pela polícia enquanto tentava matar um homem com um facão, durante uma briga de rua no centro de Camapuã/MS, distante 135 quilômetros de Campo Grande.

Segundo informações, ao chegarem ao local os policiais militares avistaram o rapaz com um facão nas mãos tentando golpear outro homem.

Ambos estavam caídos no solo e Oliveira estava por cima do outro envolvido que, mesmo em desvantagem, segurava as mãos dele para não ser esfa-queado.

Os policiais deram várias ordens de parada, porém, Oliveira não obedeceu nenhuma delas e continuava a tentar perfurar o outro homem no tórax.

Os militares ainda insistiam para ele soltar o facão, mas o rapaz estava descontrolado. Num determinado momento da luta, ele conseguiu soltar uma das mãos e, quando se preparava para perfurar o outro homem, acabou sendo baleado por um dos policiais.

O tiro atingiu a perna direita de Cleberson Luiz de Oliveira. Ele foi socorrido e levado para o hospital municipal, mas não resistiu aos ferimentos e morreu pouco tempo depois.

O corpo foi encaminhado para o IML (Instituto Médico Legal) de Coxim. O exame necroscópico apontou que o tiro atingiu a artéria femoral e Oliveira morreu por conta de um choque hemorrágico.

Cleberson era tupãense e estava trabalhando naquela cidade. Como não tinha familiares na localidade, o corpo foi sepultado como indigente no cemitério local.

Tragédias

Uma relação de tragédias marca a história da família de Maria Irandi Pereira. A mulher é deficiente visual.

Maria Irandi Pereira é mãe do jovem Jeferson, 26 anos, conhecido como "Boliviano", que se enforcou no dia 27 de janeiro de 2013.

Ele foi encontrado por ela, dependurado em uma corda amarrada a um caibro nos fundos da residência, localizada no Conjunto Habitacional "Jammil Dualibi".

A mulher, assim que percebeu o fato, cortou a corda, jogou um edredom sobre o corpo do filho e chamou o resgate. Jeferson faleceu na Santa Casa de Tupã.

Presa

No dia 5 de março de 2013, Maria Irandi foi presa em flagrante após matar o companheiro, Cesário Gregório dos Santos, 73 anos.

O crime ocorreu por volta das 22h30 min, na Rua Antônio Valverde, 1.235, Conjunto Habitacional "Jammil Dualibi". Cesário teria ameaçado matar "Landa", depois de um desentendimento que se arrastava há dias entre os dois. O homem teria inclusive comprado uma lata de tiner para jogar na companheira e atear fogo.

Ao chegar na casa, "Landa" viu que as luzes estavam apagadas. Logo, Cesário partiu para cima dela com um pedaço de pau. Ela conseguiu desarmá-lo.

Na época a mulher alegou que não sabia se havia matado o companheiro a pauladas ou por esganadura.

Maria Irandi Pereira ficou no local aguardando a chegada da Polícia Militar. Foi conduzida ao Plantão Policial, onde foi autuada e encaminhada para a Cadeia de Piraju. Algum tempo após o crime, Maria Irandi foi colocada em liberdade.

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