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Facebook coleta dados pessoais, como ligações e SMS, dizem usuários

Rede social já foi alvo de críticas depois da revelação de que os dados de 50 milhões de usuários foram usados sem o consentimento dos usuários

G1

  • 25/03/18
  • 20:00
  • Atualizado há 317 semanas

Após o escândalo envolvendo a forma como o Facebook trata as informações de seus usuários, muitas pessoas relataram que a rede social coletou nos últimos anos muitos de seus dados pessoais, como histórico de ligações e conteúdo de SMS.

Veiculada pelo "The Verge", a informação dá conta apenas de apps instalados em aparelhos que rodam Android. Isso não quer dizer que a rede social no sistema operacional da Apple, o iOS, não colete informações.

Como o Android exibe todas as solicitações de dados feitas por serviços, o G1 listou, a partir da Google Play, todos os tipos de dados a que o aplicativo do Facebook tem acesso, quando autorizado pelos usuários. São 46 permissões, como a de checar compromissos registrados na agenda (veja mais abaixo).

Um dos casos foi contado por Dylan McKay, programador que mora na Nova Zelândia. Após fazer o download dos dados da própria conta do Facebook, eles descobriu que o arquivo tinha um histórico de ligações e também metadados de mensagens enviadas e recebidas pelo celular. Os metadados não são informações do conteúdo da mensagem, mas dados adicionais, como:

nomes de contatos;

números de telefones;

duração de cada ligação.

dia e horários de ligações;

Dados coletados

Para que alguns de seus recursos funcionem, o Facebook pede permissões a alguns recursos do smartphone, como câmera, microfone e armazenamento. Ele também solicita acesso a bases de dados presentes no aparelho e serviços, como a lista de contatos, e a serviços, como a agenda e ao SMS.

- recuperar apps em execução

- encontrar contas no dispositivo

- adicionar ou remover contas

- ler próprio cartão de contato

- ler compromissos e informações confidenciais na agenda

- adicionar ou modificar compromissos e enviar e-mail para os convidados sem o conhecimento dos donos na agenda

- encontrar contas de contatos no dispositivo

- ler seus contatos

- modificar seus contatos

- localização aproximada (com base na rede)

- localização precisa (GPS e com base na rede)

- ler suas mensagens de texto (SMS ou MMS)

- ligar diretamente para os números de telefone

- ler registro de chamadas

- ler status e identidade do telefone (na categoria "telefone")

- salvar no registo de chamadas

- ler conteúdo do armazenamento USB

- alterar ou excluir conteúdo de armazenamento USB

- ler conteúdo do armazenamento USB

- alterar ou excluir conteúdo de armazenamento USB

- tirar fotos e gravar vídeos

- gravar áudio

- ver conexões Wi-Fi

- ler status e identidade do telefone (na categoria "informações de chamada e código do dispositivo")

- fazer download de arquivos sem notificação

- ajustar tamanho do plano de fundo

- receber dados da Internet

- ver conexões de rede

- criar contas e definir senhas

- acessar estatísticas da bateria

- enviar transmissão persistente

- alterar conectividade da rede

- conectar e desconectar do Wi-Fi

- expandir/recolher barra de status

- acesso total à rede

- alterar suas configurações de áudio

- ler as configurações de sincronização

- executar na inicialização

- reorganizar os apps em execução

- definir plano de fundo

- sobrepor outros apps

- controlar vibração

- impedir modo de supensão do dispositivo

- ativar e desativar sincronização

- instalar atalhos

- ler a configuração de serviço do Google

O escândalo do Facebook

Em 17 de março, os jornais "New York Times" e "Guardian" revelaram que os dados de mais de 50 milhões de usuários do Facebook foram usados sem o consentimento deles pela Cambridge Analytica. A empresa de análise de dados acessou esse grande volume de dados após um teste psicológico que circula na rede social coletar as informações. Os dados recolhidos não eram apenas os de usuários que fizeram o teste, mas também os de seus amigos.

O escândalo cria dúvidas quanto à transparência e à proteção de dados dos usuários do Facebook. A rede social comunicou que investigaria o caso. O fundador do Facebook, Mark Zuckerberg, reconheceu que a emprese cometeu erros.

A empresa Cambridge Analytica trabalhou ainda com a equipe responsável pela campanha de Donald Trump à Presidência dos Estados Unidos, nas eleições de 2016. Também foi contratada pelo grupo que promovia a saída do Reino Unido da União Europeia.

Nesta sexta-feira (23), uma revista na sede da Cambridge Analytica durou cerca de sete horas. A batida foi do órgão regulador encarregado da proteção de dados privados na Grã-Bretanha. Nos Estados Unidos, usuários estão processando o Facebook e a Cambridge Analytica.

O Ministério Público do Distrito Federal comunicou na terça-feira passada (20) que abriu um inquérito para apurar se o Facebook compartilhou dados de usuários brasileiros com a Cambridge Analytica. O ex-sócio da Cambridge Analytica no Brasil disse que a empresa não tinha banco de dados de brasileiros.

O escândalo que envolve o Facebook foi prejudicial para os ativos da empresa na Bolsa de Valores. Os papéis da empresa chegaram a cair 9,15%. A empresa perdeu mais de US$ 49 milhões em valor de mercado em apenas dois dias.

O escândalo cria dúvidas quanto à transparência e à proteção de dados dos usuários do Facebook

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