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Pediatra alerta para Síndrome Mão-Pé-Boca que atinge crianças

Doença já fez vítimas na cidade e ocorre especialmente em crianças menores de 5 anos

Redação AssisCity/ Fotos: Divulgação

  • 12/04/18
  • 13:00
  • Atualizado há 314 semanas

Com a chegada do Outono e o Inverno que se aproxima, o tempo seco colabora para o surto de algumas doenças. Uma delas é conhecida como Síndrome Mão-Pé-Boca, que atinge especialmente as crianças.

O médico pediatra Marcos Bastos atende em Assis e conta quais são os principais sintomas da doença.

"A Síndrome Mão-Pé-Boca é causada pelo vírus Coxsackievirus A16. Ela é mais comum no período de aulas e pode se espalhar mais devido ao tempo seco e às rápidas mudanças climáticas. A doença é muito comum em crianças, geralmente com idade inferior a cinco anos. Os principais sintomas são feridas na cavidade bucal, além de erupções nas mãos e nos pés. Geralmente é auto limitada e benigna, mas pode levar à desidratação em alguns casos. Isso porque as lesões causam dor e fazem com que as crianças não consigam comer nem ingerir líquidos", afirma.

Segundo o médico, as complicações são raras nestes casos.

"O período de incubação da doença leva de 3 a 6 dias. Os primeiros sintomas são dor de garganta e febre, sendo que após um ou dois dias surgem as lesões da boca, que são muito parecidas com aftas. Já as lesões nas mãos e pés podem atingir em alguns casos as nádegas, coxas, braços e tronco também. As feridas começam com pequenas bolhas avermelhadas de mais ou menos um centímetro, que se rompem e podem soltar um líquido de cor clara", salienta.

Sobre o tratamento, doutor Marcos explica que deve ser feito com o uso de medicamentos e hidratação.

"O tratamento consiste em tirar a dor e a febre com o uso de antinflamatórios e analgésicos. Também é importante a ingestão de líquidos, para evitar a desidratação. Quando o paciente já desenvolveu um quadro de desidratação, pode ser necessária a internação para tratamento com soro por via venosa", explica.

A Síndrome Mão-Pé-Boca costuma durar de 7 a 10 dias, mas há maneiras de evitar a doença.

"Visto que a transmissão se dá por secreções de vias respiratórias e pelas secreções das feridas, é bom que crianças de até 5 anos que apresentam febre, dor de garganta e feridas na pele não sejam levadas para as escolas ou creches, afim de se evitar a disseminação do vírus. Nos adultos, quando têm contato com o vírus, raramente vão manifestar sintomas", acrescenta.

A assisense Simone Gonçalves de Oliveira mora no Jardim Paraná e descobriu a doença recentemente, já que seu filho de 2 anos e seis meses foi a vítima.

"Meu filho começou tendo febre, mas achei que era um sintoma comum e dei o remédio para ver se abaixava. Só que mesmo com o medicamento a febre continuava alta e levei ele na UPA. Lá diagnosticaram como sendo dor de garganta, receitaram antibiótico e voltei para casa. Dei o remédio por três dias direitinho e ele continuava doente. Além da febre, o que me preocupou foi que começaram a surgir várias feridas nas mãos, nos pés, na boca, inclusive no bumbum e nas partes genitais dele. Liguei para um médico conhecido e foi quando ele falou dessa doença Mão-Pé-Boca, que eu nunca tinha ouvido falar. A partir disso ele receitou uma pomada e indicou que ele ficasse em casa", afirma.

Simone conta que o filho não foi para a escola devido ao risco da doença se espalhar.

"Eu conversei com a escola onde ele estuda e meu filho ficou uma semana sem ir, até se recuperar. Algumas outras mães relataram sintomas parecidos, mas não sei se o diagnóstico foi o mesmo. É importante que as mães e responsáveis saibam disso, porque o médico disse que há outros casos em Assis. É uma doença que judia muito das crianças, porque eles ficam sem comer e beber nada. Achei que precisaria interná-lo por conta disso, mas felizmente ele já está recuperado", conclui.

Filho de Simone teve feridas devido à doença Mão-Pé-Boca

Simone percebeu primeiro indício da doença pela febre

Médico pediatra Marcos Bastos

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