Ferrugem no coração!

"O amor é paciente, o amor é bondoso. Não inveja, não se vangloria, não se orgulha. Não maltrata, não procura seus interesses, não se ira facilmente, não guarda rancor." ICor.13-4s;

Dia desses, domingo de manhã, chegando à igreja para participar da missa, deparei-me com uma pessoa que há tempos não via. Senil, magrinha, como sempre fora, sorriso largo e sincero, mesmo percebendo-se reflexos de uma catarata, notava-se uma paz e docilidade naquele olhar tão puro. Chamei-o pelo nome e dei-lhe um abraço. Pude notar o brilho radiante de seus olhos, insistindo em disfarçar, porém não conseguindo impedir que uma lágrima ali rolasse. Dirigi-me a fila de procissão de entrada para inicio da celebração. Meus pensamentos turbilharam ao perceber que coisas tão simples, até para os que adquiriram a experiência ministrada pelo tempo, onde um simples reconhecimento de outro e um abraço despertam a capacidade de efervescer sentimentos há muito, guardados no coração. E ficamos por ai procurando fórmulas de felicidade. E ficamos por ai lamentando e permitindo que nos escape por entre mágoas e pensamentos revestidos de espinhos, momentos de singeleza, que conseguem lavar com lágrimas, uma ferrugem no coração.