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Pragas urbanas podem contaminar alimentos industrializados

Instituto Biológico é referência brasileira no assunto e realiza evento para discutir o tema em junho

Bem-Estar

  • 23/05/18
  • 09:00
  • Atualizado há 308 semanas

Quem nunca pegou aquele pacote de macarrão aberto na dispensa e percebeu pequenos bichinhos na massa? Ou então no arroz, no feijão, na farinha, no achocolatado... Esses bichinhos são chamados de carunchos, uma praga urbana bastante comum nos alimentos. Além dele, é possível encontrar traças, pelos de roedores, baratas e moscas em muitos alimentos industrializados. O Instituto Biológico (IB-APTA), da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, é referência brasileira no assunto e de 18 a 21 de junho de 2018 discutirá esse tema durante o Simpósio Nacional de Pragas e Vetores (SINAPRAVE), na Sede do IB, em São Paulo, Capital.

De acordo com Marcos Roberto Potenza, pesquisador do IB, algumas espécies de traças e carunchos estão presentes desde a colheita até a comercialização e acabam chegando à casa dos consumidores. Os produtos mais atacados são macarrão, arroz, farinha de trigo, fubá, achocolatados, bombons e ração para pet, dentre outros. "Alimentos com muito sódio costumam ter menos risco de infestação, pois estas pragas não conseguem se desenvolver devido à substância", explica.

Potenza ressalta que muitas vezes a infestação não ocorre na indústria de alimento, que tem se modernizado nos processos de produção e investindo na certificação de seus fornecedores de matéria-prima para garantir um alimento seguro e sem a presença de insetos. "Existe uma complexa cadeia de transporte, armazenamento e comercialização dos produtos industrializados e em alguns casos os problemas de infestação ocorrem durante esta cadeia 'pós-fábrica' e inclusive na casa do consumidor, que ao possuir em sua dispensa um produto infestado, este pode disseminar para outros alimentos a granel ou industrializados, o que chamamos de infestação cruzada", afirma.

Alimentos comprados a granel, como grãos, farinhas, farelos, chás, produtos desidratados e as rações para pets também correm risco de estarem infestados, conforme as condições de armazenamento e manipulação. Levantamentos realizados pelo IB em produtos comercializados a granel têm identificado a presença de traças e carunchos em grãos, farinhas, ervas aromáticas e condimentares, chás desidratados e rações para pet a base de grãos. Estudos do IB revelaram a presença em rações a base de grãos para aves e roedores de Sitophilus zeamais, Oryzaephilus spp, Lasioderma serricorne, Cryptolestes ferrugineus, dentre outras espécies que podem infestar massas, grãos, farinhas, farelos e cereais matinais na dispensa do consumidor. "Algumas destas espécies também foram encontradas em amostras de plantas aromáticas e condimentares desidratadas como hortelã, camomila, salsa, manjericão, coentro, tomilho, erva doce e outras", diz o pesquisador.

O correto é que ao comprar alimentos a granel ou industrializados o consumidor observe bem as condições de armazenamento dos produtos, manipulação, higiene do local, conservação predial e inclusive a presença de insetos voando pelo ambiente. "Se tiver insetos voando no ambiente ou fios de seda em prateleiras, é melhor comprar em outro local", afirma Potenza. Armazenar os produtos adquiridos em recipientes bem fechados ajuda a prevenir a ocorrência destes insetos e a infestação de outros produtos.

O Instituto Biológico realiza a identificação das pragas urbanas, desenvolvendo trabalhos relacionados à biologia, métodos de controle, resistência de embalagens à perfuração e taxa de sobrevivência dos insetos em matérias-primas. "O IB é referência brasileira no assunto e tem proximidade com os elos envolvidos nas cadeias de armazenamento, produção e comercialização, auxiliando no diagnóstico, prevenção e controle das pragas urbanas", explica Potenza.

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