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Jovem de 20 anos ateia fogo em edícula na Vila Ribeiro, em Assis

No quarto havia uma criança de 1 ano e quatro meses, que foi socorrida

Redação AssisCity/ Fotos: Cedidas pela família

  • 18/07/18
  • 10:00
  • Atualizado há 300 semanas

No início da tarde deste sábado, 14, as equipes do Corpo de Bombeiros atenderam uma ocorrência de incêndio em uma casa localizada na Rua Cassimiro de Abreu, na Vila Ribeiro, em Assis.

No registro da ocorrência havia informações de que fogo teve início após uma discussão e que uma das envolvidas havia ateado fogo a um colchão. As chamas foram controladas e não havia informações sobre vítimas.

Na manhã desta segunda-feira, 16, uma das pessoas que presenciou o episódio entrou em contato com a redação do AssisCity. Maria Edna Oliveira confirmou o ocorrido, mas disse que por muito pouco não houve uma tragédia.

"Eu moro em Pirajuí, mas meus filhos moram em Assis na casa do meu ex-marido, juntamente com meus ex-sogros. Neste final de semana, eu estava passando pela cidade durante uma visita e fui chamada pela minha família para poder conversar com a moça que está abrigada lá. Há algum tempo, ela teve um relacionamento com o meu filho e em pouco tempo virou nossa vida do avesso. Entre muitas questões familiares, ela disse que estava grávida e que o pai da nenê era meu filho. Nós nunca pedimos um teste de DNA nem nada que pudesse comprovar isso, mas a família abraçou a neta e, consequentemente, a mãe", afirma.

A criança está atualmente com 1 ano e 4 meses de vida e estava morando provisoriamente na edícula da casa, juntamente com a mãe.

"Meus ex-sogros têm mais de 80 anos e eles abrigaram a jovem porque ela disse que não tinha para onde ir. A mãe dela mora em Maracaí e ela chegou há um tempo dizendo que tinha sido colocada para fora de casa, o que depois soubemos que não era verdade. Como eles ficam com dó, especialmente por causa da criança, ela começou a morar lá. O problema é que eles já são muito de idade e ela tem vários problemas, inclusive como usuária de drogas. Foi por isso que eles me chamaram, para que eu pudesse conversar com ela e encontrarmos uma solução", salienta.

Maria Edna conta que foi durante essa conversa que tudo aconteceu.

"A jovem chegou em casa mais ou menos 7h e fui falar com ela depois das 12h. Quando eu cheguei lá, ela já partiu para cima de mim e me machucou toda. Tomei mordida no braço, arranhões e muito mais. Ela já estava agressiva nesse momento, mas a neném estava dormindo e pedi pelo amor que ela tem pela filha para ir embora. Depois das agressões, ela disse 'então eu vou sair, pode deixar'. Poucos instantes depois, eu vi que ela tinha colocado fogo no colchão e estava de pé olhando. Eu não sabia até o momento, porque o fogo e a fumaça se alastraram muito rápido, mas os familiares foram ajudar e viram que a neném estava no colchão enquanto ela olhava tudo pegar fogo", diz.

As equipes do Corpo de Bombeiros foram até a casa para apagar o incêndio, mas o imóvel havia sido consumido. A Polícia Militar também atendeu a ocorrência e levou a jovem até o Plantão Policial, onde ela ficou detida e foi liberada após a Audiência de Custódia.

"O que nos preocupa é que ela continua fazendo ameaças e já está solta novamente. Ela encontrou com a minha ex-sogra próximo da Concha Acústica e gritou para todo mundo ouvir que iria queimar a casa dela com ela dentro. Minha ex-sogra tem quase 80 anos e chegou em casa desesperada, depois de tudo o que já havia acontecido. Outras duas netas minhas também moram lá com meus familiares, ou seja, é uma insegurança total, porque não sabemos o que pode passar na cabeça dela. Como é que pode o juiz deixar uma menina dessa ser solta. Ela já havia feito uma ameaça e cumpriu, mas não queremos esperar que ela cumpra a próxima. Nós registramos um novo Boletim de Ocorrência, mas não sabemos o que pode acontecer diante de tudo isso", afirma.

A neném foi resgatada sem ferimentos e está com a mãe da jovem, Solange Aparecida Vicente, em Maracaí.

A equipe do AssisCity também conversou com ela, que confirmou o histórico difícil da filha.

"Estamos com muito medo e felizmente a minha netinha já está comigo. Já fui no Fórum conversar com o promotor e entrar com o pedido de guarda, porque a minha filha não tem condições mentais para ficar com a criança. Ele já acionou o Conselho Tutelar de Assis e de Maracaí. Eu já tenho a guarda de um dos filhos dela, o mais velho de 4 anos, e agora estou com a pequenininha. No dia do incêndio eu estava em casa quando o pessoal da delegacia ligou para comunicar o que tinha acontecido e buscar a criança. Como mãe, posso dizer que ela sempre foi problemática e nunca teve boa convivência com a gente. Nós fizemos tudo o que pudemos, tentamos educar, dar o melhor para ela, mas ela não quis saber de estudar, nem de trabalhar. Infelizmente ela foi por um caminho errado", conclui Solange.

Segundo o Boletim de Ocorrência registrado pela Polícia Militar e Polícia Civil, a jovem relatou aos policiais que Maria Edna teria chegado bastante alterada, dizendo para ela sair da edícula com a filha menor e fosse morar em outra residência, motivo pelo qual Maria Edna a agrediu com puxões de cabelo e socos no rosto.

Ela também relatou aos policiais que ateou fogo no colchão e que apenas uma parte do cômodo ficou danificada. A jovem disse que estava com a filha no colo e que nunca teve a intenção de machucá-la.

A moça foi interrogada e indiciada pela autoridade policial. A equipe da Perícia foi até a casa para realizar a vistoria, além de ter sido expedida a requisição para o exame de corpo de delito para Maria Edna.

A jovem foi encaminhada para a Cadeia Pública de Pirajuí, mas já foi solta. A equipe do AssisCity tentou contato telefônico com ela, mas até o momento da publicação não obteve retorno.

Por conta do incêndio, a criança perdeu roupas, sapatos e tudo o que tinha. Caso alguém possa ajudar com doações, pode entrar em contato com a família pelo telefone (18) 99710-9315.

Confira as fotos da casa após o incêndio:

Maria Edna mostra ferimentos após discussão com a jovem

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