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A importância do cuidado com as unhas

Carla Ganassin

  • 13/09/10
  • 00:00
  • Atualizado há 709 semanas

Por Drª Carla Ganassin, médica dermatologista

CRM 120861

Nos tempos das cavernas, as unhas tinham funções vitais: destroçar alimentos e auto defender-se contra inimigos e animais. Com a evolução, as unhas humanas perderam grande parte das funções, mas nem por isso deixaram de ser importantes. Parte pela questão estética: unhas, bem cuidadas, dão uma aparência mais delicada às mãos e aos pés e denotam assepsia. Contudo as unhas também podem ser focos de problemas e incômodos além de, em alguns casos, revelarem doenças. Por isso é fundamental tratar muito bem as unhas das mãos e dos pés.

Unha também sofre

As agressões semanais com o uso de acetona, lixa, alicate para remover cutícula, etc. agridem a queratina, uma substancia que reveste a unha. O uso contínuo da acetona pode ressecar as unhas e alguns esmaltes também podem provocar alergia. Você sabia que ao eliminar a cutícula, você remove uma estrutura de proteção que impede a entrada de microorganismos, como vírus e bactérias? Até mesmo sabonetes e detergentes, com todo o arsenal químico que possuem em suas composições, são agressivos, ressecam as mãos e as unhas. Com o passar do tempo, as unhas enfraquecem, descamam, podem ficar onduladas e com manchas brancas.

O que fazer para evitar esses problemas?

Para deixar as unhas bonitas e saudáveis, aí vão algumas dicas: use removedores de esmalte sem acetona. Não use lixa sobre a unha, apenas na sua extremidade. Não remova a cutícula, mas apenas afaste-a com espátula, e retire com alicate apenas o que ficou sobrando nos cantinhos. Procure uma manicure que esterilize o material usado, ou leve você mesmo seu kit pessoal. Isso evita que você entre em contato com vírus, fungos ou bactérias que podem contaminar os instrumentos mal lavados. Por fim, é aconselhável passar ao menos um dia por semana sem esmalte, e então aproveite para hidratar as unhas com um creme à base de uréia.

Nas pessoas que utilizam muito água e detergente, especialmente no trabalho diário, é muito comum que a pele ao redor das unhas das mãos fique constantemente inflamada, inchada, avermelhada e dolorida. As unhas podem ficar frágeis e onduladas. É o que chamamos de "Paroníquia Crônica". Para resolver esse problema, além do tratamento medicamentoso individualizado, a pessoa deve evitar contato com água e detergente, usando luvas de borracha, que devem ser compridas o suficiente para evitar a penetração da água. Se mesmo assim isso persistir, recomenda-se usar uma luva de algodão por baixo da luva de borracha. Pode até demorar, mas a pessoa acaba acostumando-se a usar luvas.

Outro problema muito freqüente que atacam as unhas são as micoses, principalmente nas unhas dos pés. Um fungo que se alimenta da queratina da unha é o culpado por deixá-la com aparência espessa, opaca, amarelada e descamada. O tratamento é longo, porque é preciso erradicar por completo o fungo, senão ele volta. Todavia com medicamentos adequados, paciência e persistência, as unhas voltarão ao normal.

Unha encravada

Quando o canto da unha penetra no tecido lateral do dedo temos a unha encravada. Isso também ocorre com mais frequencia na unha do dedão do pé. Isso acontece ou porque a unha é muito encurvada ou porque a pessoa costuma cortar a unha de modo inadequado. O ideal e cortar as unhas do pé em formato quadrado, deixando os cantos livres.

Quando a unha dá o alerta

Muitas vezes, alterações das unhas das unhas são só a ponta de um iceberg. Por exemplo, unhas acentuada e originalmente arredondadas podem significar doenças pulmonares. A anemia provocada por deficiência de ferro deixa as unhas arqueadas. Problemas no funcionamento da tireóide deixam as unhas quebradiças. Estrias longitudinais nas unhas podem aparecer em pessoas com artrite reumatóide ou com doenças vasculares, ou com doenças específicas da pele, como o líquen plano. Feito o diagnóstico, com um profissional da área, deve-se tratar a doença que, inicialmente gerou a alteração nas unhas. Nos idosos é comum aparecer estrias nas unhas, porém nesse caso isso é considerado normal.

O hábito de roer unhas

Roer as unhas é sinal de ansiedade. Com o tempo, a pele ao redor delas inflama, e as unhas deformadas têm dificuldade para crescer. Já existem formulações de esmaltes com sabor amargo e desagradável para coibir o hábito, entretanto, para conseguir parar de roer as unhas é preciso, antes de tudo, muita força de vontade. Evitar o estresse e cuidar do aspecto psicológico da questão, também pode ajudar a acabar, definitivamente, com esse hábito.

Cuidar corretamente das unhas não deve ser somente uma questão de estética. É, sem dúvida, preservar a saúde.

Consulte o seu Dermatologista a respeito.

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