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Números assustadores

  • 31/07/15
  • 17:00
  • Atualizado há 454 semanas

Nos últimos tempos, os números mostram-se assustadores, em todos os sentidos.

São levantamentos, pesquisas e estatísticas que apontam para situações alarmantes e dignas de, pelo menos, reflexão. A começar pelos escândalos de corrupção, desvios e a chegar no trânsito de nossas cidades.

Nos últimos dias, dados fornecidos pelo Ministério da Saúde, apontam que cerca de 12 mil pessoas morrem no Brasil em consequência de acidentes com motocicletas. Um número alarmante.

E que nos últimos dez anos, esse número cresceu 280%. Para se ter uma ideia da dimensão dessa tragédia, basta lembrar que de março de 2003, quando os Estados Unidos invadiram o Iraque, até agosto de 2010, quando os últimos soldados de combate deixaram o país, haviam morrido 4.421 militares, pouco mais de um terço do que perdemos todos os anos nas ruas e estradas brasileiras pilotando motos. O número de mortes dos militares nesse conflito causou comoção nos Estados Unidos.

No Brasil, assistimos passivamente à gigantesca perda de vidas.

Outro aspecto importante: transitam pelo país mais de 24 milhões de motocicletas.

Essa frota cresceu muito nos últimos anos. Em 2000 eram 2,48 milhões.

Parte desse crescimento deve-se à necessidade de as pessoas se deslocarem de maneira mais rápida nas cidades, uma vez que poucas delas dispõem de transporte coletivo com qualidade.

Além disso, o aumento do nível de renda e financiamentos alavancaram a venda dos veículos de duas rodas pelo menos até dois anos atrás, quando começou uma retração nesse mercado.

O impacto do grande número de motos em circulação é sentido nas médias e grandes cidades brasileiras, pois representa um desafio para as autoridades.

Além dos acidentados mortos, houve um aumento brutal no número de internações de vítimas de acidentes com esse veículo. De 2008 a 2013, o número de internações devido a acidentes de transporte terrestre aumentou 72,4%. Considerando apenas os que envolveram motociclistas, o índice chega a 115%.

Outro ponto importante é que as pessoas atendidas em serviços de emergência do Sistema Único de Saúde em capitais brasileiras aponta que 78,76% das vítimas de acidentes de trânsito envolvendo motociclista são homens na faixa etária de 20 a 39 anos.

Em nossa cidade e região, os números não são diferentes.

Sem dúvida, chegou a hora dos organismos responsáveis pelo trânsito viabilizarem ações educativas, treinamento e fiscalização mais efetiva nas ruas.

Não se trata de um trabalho fácil. A frota desses veículos em nossa região é muito grande.

Sem dúvida, já passou da hora de se criar mecanismos para Incentivar a pilotagem prudente de motocicletas, dar esclarecimentos sobre regras de segurança e o uso correto de equipamentos, para reduzir esses números assustadores.

Henrique H. Belinotte - advogado do Escritório Belinotte & Belinotte advogados

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