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A falta que elas nos fazem

Sérgio Mendonça

  • 20/08/15
  • 17:00
  • Atualizado há 452 semanas

O momento atual exige que empreendedores, independente do tamanho do seu negócio, olhem para dentro da sua empresa. E, principalmente, para o contexto global da nossa economia e os reais assuntos que devemos discutir para que nosso país possa retomar o rumo do crescimento.

Com o dever que temos por sermos consultores e por nossa especialidade ser o marketing e a publicidade e principalmente a geração de resultados, hoje trazemos neste post o que consideramos ser a base do crescimento do nosso país. Enquanto essas forças forem desconsideradas não iremos a lugar algum.

O momento que estamos vivendo, em âmbito nacional, é bastante delicado, por isso devemos manter o foco no que é realmente importante para nossos negócios, para nossa economia e consequentemente para o nosso país. Ampliar a discussão: estamos realmente fazendo nossa parte? Os governos estão de fato cooperando pra isso?

O que faz alguns países serem mais ricos que outros? Por que nações que no passado eram relativamente semelhantes, economicamente,entre si passaram a ter destinos tão díspares? Ou, opostamente, como foi que países tão diversos acabaram se misturando décadas ou séculos depois com outros inicialmente tão diferentes?

Vamos chamar os casos pelos seus nomes: por que os Estados Unidos são mais ricos que o Congo? Por que o Brasil e a Coreia do Sul, tão parecidos de certa maneira nos anos 1970, são hoje exemplos de graus de amadurecimento diferenciados (os coreanos já desenvolvidos e nós bem atrás nesse processo)?

Ou ainda, porque um país como a Áustria, num espaço geográfico bastante atrasado há 100 anos e economicamente muito distante da Inglaterra, hoje em dia, figura ao lado dessa última no universo dos países plenamente desenvolvidos?

As previsões ou justificativas não são uniformes entre os economistas, que sempre se encarregam de fazer valer a velha máxima de que "se três economistas forem trancados na mesma sala, com certeza haverá pelo menos quatro opiniões diferentes"

De qualquer forma, mais de dois séculos de desenvolvimento capitalista no mundo permite extrair algumas lições acerca da importância de certos elementos que explicam essas diferenças entre países. Podemos analisar alguns traços aqui:

Investimento

Países com maior crescimento econômico tendem a ter mais investimento. Se para isso e preciso poupar "antes" ou depois da decisão de investir é tema de eterna disputa na categoria dos economistas, mas é fato que, para ter uma taxa de investimento - proporção entre este e o PIB - maior, é preciso ter uma contrapartida de financiamento que viabilize isso, seja na forma de uma distância maior entre o PIB e o consumo ou por meio da contribuição da poupança externa.

Eficiência do gasto público

Quem pode se dar ao luxo de gastar mal e utilizar mal seus recursos é rico. País com necessidade de melhorar a qualidade de vida do seu povo tem a obrigação de fazer bom uso dos seus recursos usando estes com parcimônia, minimizando o uso irregular dos mesmos, privilegiando o investimento em detrimento do gasto corrente e, neste, o gasto em educação e saúde em relação a outras rúbricas.

Controle das Contas Externas

São poucos os casos de países que exibiam desequilíbrios expressivos nas suas contas externas e tiveram histórias que acabaram bem. Em geral, os países mais bem sucedidos, mesmo que tendo déficits em conta corrente, incorrem neles em níveis moderados e sem colocar em risco a trajetória de longo prazo das suas contas de Balanço de Pagamentos.

Produtividade

Levando em conta alguns fatores - indivíduos, capital e fatores naturais - uma economia produzirá mais quanto maior for sua "produtividade". O número de carros produzidospor dia por um coreano em uma montadora na Coreia do Sul, numa época em que carros no Brasil eram comparados a "carroças", era muito maior que o número de carros gerado por dia no Brasil por um operário brasileiro no mesmo período.

Infraestrutura

Não basta produzir coisas boas "da porta da fábrica para dentro". Se um carro "de primeiro mundo" sair da planta e se defrontar com estradas de "Terceiro Mundo", incompetência na gestão portuária, entraves na liberação do bem por partes das autoridades que regulam o comércio exterior etc., provavelmente esse produto não ficará "bem na foto" na duríssima arena da competição internacional; e, finalmente:

Educação

País com maior nível de desenvolvimento em geral têm uma população com mais anos de escolaridade. Mesmo aqueles que se localizam atrás nessa corrida, encontram na melhora dos indicadores educacionais uma fonte de dinamismo. A china está muito atrás dos Estados Unidos no quesito Educacional, em média, mas cresce muito mais porque a velocidade com que o grau de educação vem mudando na China é muito maior que nos Estados Unidos, um país já estabilizado em matéria de acesso à educação por parte da sua população.

São essas questões que importam.

Em curto prazo, com recursos ociosos, a política de "pau na máquina", que coloca mais dinheiro na mão de pessoas via crédito e leva o governo a gastar mais, pode estimular a movimentação financeira. Em longo prazo, o que conta são os itens enumerados anteriormente.

Milton Campos, antigo político mineiro, dizia que "o estadista tem a posição de suas ideias e não ideias de sua posição". O marketing político tem se especializado, com grande competência, diga-se de passagem, em identificar o que a população quer ouvir ,mas esta é a função dele, na lógica do jogo eleitoral em que o que importa é vencer sendo simpático aos olhos do eleitor, o verdadeiro estadista, mesmo tendo a habilidade e a esperteza para ganhar eleições, precisa não apenas conhecer o que o povo quer e sim o que deveria ser feito em longo prazo para conduzir o navio - o país- a bom porto.

Deixamos aqui nossa mensagem enquanto analistas de uma conjuntura global, o que a nosso ver são as bases concretas para qualquer discussão. Convido você amigo, que acompanha nosso blog e nossa empresa, a dar continuidade a este assunto promovendo assim uma discussão de ideias produtivas que façam valer nossa atenção.

As bases para qualquer crescimento seja de qualquer lugar, do seu bairro, da sua cidade, estado ou nação devem ser sólidas e que permitam um crescimento sustentável. Enquanto isso não for pensado sinceramente…

Iremos sempre nos lembrar delas. E sentir na consciência e no coração a falta que elas nos fazem.

Sérgio Mendonça

Sócio / Gerente de Negócios na Atitudemkt - Consultoria e Marketing

Anos de Experiência no Varejo de Eletro, Materiais para construção e Moda.

Atualmente conduz os projetos de Marketing para empresas de Tupã e Região

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