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Afinal, o que é sair?

  • 02/10/15
  • 09:00
  • Atualizado há 445 semanas

A Igreja, Mãe e Mestra, convida a cada um de nós para o que ela própria intitula como 'estado permanente de missão' e, de maneira muito particular, no Brasil em outubro, mês dedicado às missões, nos insere neste vasto tema. Mas, afinal, para nós, católicos, o que é estar em 'estado missionário permanente'?

Para responder esta questão, precisamos recorrer ao próprio papel da Igreja que recebeu de seu Divino esposo, Jesus Cristo, o mandato de ir pelo mundo e fazer com que todos os povos se tornem Seus discípulos (cf. Mt 28, 19). Portanto, enquanto batizados, entramos neste 'estado permanente', a partir do momento em que nos encontramos com Nosso Senhor e, no cotidiano de nossas vidas, temos a coragem de expressarmos a alegria de sermos seus amigos.

Com o objetivo de nos motivar, também para esta realidade, o Papa Francisco, em sua Exortação Apostólica Evangelii Gaudium (A Alegria do Evangelho), nos convoca para um novo modelo de evangelização fundamentado, justamente, nesta satisfação que brota da Boa Nova de Cristo.

O Sumo Pontífice nos estimula a um modo todo especial de evangelizar que transmita, por meio do testemunho, uma fé coerente pautada no chamado de amor que o próprio Altíssimo faz a cada crente. Resgatando as reflexões do Documento de Aparecida, o Papa pede para tomarmos uma postura eclesial em saída que traz consigo "a coragem de alcançar todas as periferias que precisam da luz do Evangelho" (EG, n. 20).

Assim, ele afirma preferir "uma Igreja acidentada, ferida e enlameada por ter saído pelas estradas, a uma Igreja enferma pelo fechamento e comodidade de se agarrar às próprias estruturas" (EG, n. 49).

Desta maneira, qual é a nossa postura? O que preferimos? Uma estrutura eclesial fechada em nosso próprio egoísmo? Ou buscamos, assim como Francisco, um horizonte, que vai ao encontro de tantos quantos precisam da nossa presença que deve ser amiga e certa?

A Palavra de Deus é dinâmica, por isso, somos encorajados a abraçarmos uma verdadeira conversão pastoral que não se contenta apenas com a simples ação de administração, mas assume, de fato, o tão sonhado 'estado permanente de missão'.

Contudo, para que todo este processo de saída tenha sucesso em nossas realidades, a paróquia precisa estar em "contato com as famílias e com a vida do povo" (EG, n. 28); ela é convidada a ser sempre a casa aberta do amor misericordioso do Pai, porque "todos podem participar de alguma forma da vida eclesial" (EG, n. 47).

Portanto, cabe a cada um de nós, e também, em nossas pastorais, comunidades e movimentos, formar e incentivar o protagonismo de todos tendo sempre em vista a comunhão com a Diocese e com todo o catolicismo, visto que o "importante é não caminhar sozinho, mas ter sempre em conta os irmãos" (EG, n. 33).

Vivamos, então, num autêntico 'estado permanente de missão', manifestando a nossa gratidão de termos sido enviados pelo próprio Jesus para anunciar o tesouro do Evangelho, pois "quando o discípulo está apaixonado por Cristo, não pode deixar de anunciar ao mundo que só Ele nos salva" (DAp, n. 146).

Por Tiago Barbosa - Seminarista da Diocese de Marília, Tiago Barbosa exerce seu trabalho pastoral na Paróquia Santo Antônio de Adamantina e é membro da Pastoral da Comunicação (Pascom) diocesana. Licenciado em Filosofia e graduando em Teologia pela Faculdade João Paulo II de Marília.

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