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SP se arma contra o Ebola

Estratégia inclui 2,5 mil kits de paramentação, macas especiais para remoção segura e treinamento exaustivo de profissionais de saúde, incluindo simulações de resgate e atendimento; Emílio Ribas é referência nacional para o tratamento

Assessoria Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo

  • 16/09/14
  • 17:00
  • Atualizado há 497 semanas

A Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo definiu uma estratégia de enfrentamento para resgatar, socorrer e atender pacientes com suspeita de infecção pelo vírus Ebola.

O Grau (Grupo de Resgate e Atendimento às Urgências), referência nacional em resgate médico terrestre e aéreo, é o único serviço do Brasil que possui maca apropriada para inibir o contato direto entre a pessoa infectada e os profissionais de saúde. Além da unidade existente, uma segunda maca foi adquirida e deverá chegar a São Paulo ainda em setembro. O serviço conta, ainda, com viaturas de suporte avançado à vida.

O Instituto Emílio Ribas, especializado no tratamento de doenças infectocontagiosas, foi destacado como referência nacional para casos de suspeita da doença.



Quinze equipes do hospital, preparadas para lidar com doenças altamente contagiosas, foram exaustivamente treinadas para aprimoramento do fluxo sem interferência nas demais atividades, de forma a garantir o atendimento da pessoa infectada e a segurança dos demais pacientes e funcionários.

Pacientes que chegarem com suspeita de Ebola serão atendidos num dos 17 leitos de isolamento do Emílio Ribas que têm pressão negativa - sistema de filtro do ar que coíbe a disseminação de microorganismos. Os quartos possuem antessalas nas quais a equipe de resgate poderá retirar os equipamentos de proteção de forma segura, sem risco de infecção. Caso a demanda seja superior, outros leitos do hospital também poderão ser utilizados.

A Secretaria irá dispor de 2,5 mil kits de paramentação, que serão utilizados pelos profissionais envolvidos. Haverá "dupla proteção", com equipamentos de proteção individual (EPIs) que impossibilitam o contágio, macacão de polietileno, avental impermeável, botas e luvas (um par de materiais de procedimento comuns e outro com proteção biológica), máscara com proteção biológica e viseira.

Foi elaborada uma apostila com instruções passo a passo sobre a vestimenta, e os profissionais de saúde irão se preparar em duplas, para que haja auxílio mútuo.

O valor do aparato disponível é de aproximadamente R$ 400 mil. Os itens foram adquiridos no primeiro semestre de 2014, quando o Estado definiu um Plano de Contingência para garantir atendimento médico de vítimas em caso de desastres nos eventos de massa que ocorreram neste ano, como a Copa do Mundo.

Por ser o único estado que possui a maca apropriada no Brasil, o Ministério da Saúde solicitou apoio do governo de São Paulo caso a situação ocorra em outros locais do país.

Haverá apoio do Centro Integrado de Comando e Controle (CICC), instituído pelo governo em maio de 2014 como polo concentrador das ações emergenciais e integradas de segurança pública, proteção e defesa civil.

O Instituto Adolfo Lutz também participa da ação, e será responsável pelo monitoramento da biossegurança da amostra coletada no Emílio Ribas. Ou seja, providenciará que a amostra seja embalada num recipiente apropriado e encaminhará com segurança para o Instituto Evandro Chagas para análise.

Apesar da baixa possibilidade de que o vírus Ebola chegue ao país, tanto os profissionais do Grau quanto do Emílio Ribas se prepararam para adotar as medidas de emergência necessárias. Um grupo técnico criado com representantes do CVE (Centro de Vigilância Epidemiológica), do Grau e do Instituto de Infectologia foi criado para definir medidas e aperfeiçoar os procedimentos.

Para assegurar que o atendimento ocorra de forma efetiva e segura, as equipes do Grau já participaram de pelo menos dez treinamentos desenvolvidos no Corpo de Bombeiros e no Emílio Ribas. Além disso, na última quinta-feira, 11 de setembro, Grau e Corpo de Bombeiros estiveram na pista do Aeroporto de Guarulhos para fazer reconhecimento das condições para o simulado ocorrido nesta terça, 16.

"Contamos com o serviço de excelência em resgate por meio do GRAU e com a qualidade inquestionável do corpo clínico do Instituto Emílio Ribas, apto a acolher casos suspeitos, diagnosticá-los e realizar o tratamento adequado, inclusive com leitos de isolamento. Estamos preparados para agir tanto localmente, quanto para auxiliar o poder público em outros pontos do país, em eventual necessidade", destaca David Uip, secretário de Estado da Saúde de São Paulo.

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