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O Brasil e os preços abusivos

Espaço Vital / Nathanael Tavares

  • 26/11/14
  • 15:00
  • Atualizado há 491 semanas

No dia 14 de novembro a Apple lançou oficialmente o iPhone 6 no Brasil. Os preços do smartphone são: R$ 3.199 reais para o iPhone 6 e R$ 3.599 reais para o iPhone 6 plus. Além do Brasil, a Apple já divulgou os preços dos aparelhos em outros 35 países, com o Brasil no topo do ranking com o iPhone mais caro do mundo. No Japão, o país onde o iPhone 6 é mais barato, as versões custam 1505 reais e 1772 reais. Menos da metade dos preços praticados no Brasil. Hoje se você tiver um pouquinho de paciência para procurar um voo em promoção, sai mais barato comprar uma passagem ida e volta para os EUA e comprar seu Iphone lá.

Não que eu seja fã de iphone, sinceramente prefiro o sistema Android. No entanto, o que me incomoda não é o preço do bendito iphone nem o cara que ganha um salário mínimo e às vezes não tem nem tem nem uma casa própria para morar, mas tem seu iphone parcelado em 10 vezes no cartão..., problema dele, cada um elege suas prioridades como quer.

O que quero destacar é forma como o brasileiro "engole" tudo, sem questionar ou protestar. Já há a previsão de um grande volume de vendas do iphone 6 neste final de ano. Resumindo, as pessoas acham caro, mas mesmo assim não deixam de comprar, então não há motivos para o revendedor baixar o preço se a população aceita e compra... Queria ver lojinha passar 2 meses seguidos sem vender iphone... Será que não iria baixar o preço?... Achou o iphone caro? Então não compra!

Estou usando o exemplo do iphone por se um assunto atual e de grande repercussão. Mas isso ocorre em todos as linhas de produtos, independente da marca, são roupas, calçados, perfumes, eletroeletrônicos em geral, passagens aéreas e terrestres, enfim, tudo aqui custa mais caro. Aí vem alguém e me diz: "Mais os impostos aqui são muito altos". Sim, realmente são altos, mas não os mais altos, ainda somos o 12º. Já fui a países como a Itália, que tem uma carga tributária em torno de 9% maior que a do Brasil e lá encontramos alimentos e itens de primeira necessidade e vários outros produtos a preços baixíssimos. O hambúrguer mais barato do McDonalds no Brasil custa em média 12 reais, na Europa se compra o mesmo hamburguer a 2 euros.

Na realidade nosso grande vilão é a margem de lucro que é atribuída aos produtos. Não há incentivos do governo que beneficiem o consumidor final, como por exemplo a proibição de alguns impostos que não deveriam ser repassados ao mesmo, pois hoje no Brasil tudo é repassado ao consumidor final, é ele quem paga tudo. Não há também leis que limitem a margem de lucro nem mesmo nos alimentos e itens de primeira necessidade e produtos de uso doméstico. Sei que alguns produtos seriam inviáveis o barateamento no momento, como por exemplo veículos, pois a estrutura viária do país não estaria preparada para um brusco aumento no volume de veículos. O que não extingue dos governantes a responsabilidade de melhorar nossas vias de transporte terrestre. Mas sejamos sensatos, não podemos continuar pagando tão caro até para nos alimentarmos! Ademais, onde está o retorno de tudo isso? Nas picaretagens de muitos políticos e na impunidade dos mesmos?

Infelizmente, apesar de todos os meios de comunicação existentes, a falta de informação de grande parte dos brasileiros é muito grande e falta de empenho de quem detém a informação, também. Creio que este seja um tema que merece mais atenção por parte dos que em tese nos representam. Quem sabe daqui 50 anos...

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