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Pichações racistas e homofóbicas são encontradas na Unesp de Ourinhos

'A surpresa foi grande', diz aluna da Universidade que tem 300 alunos. Na Unesp de Bauru, pichações racistas foram encontradas em julho.

G1 Marília

  • 31/08/15
  • 10:00
  • Atualizado há 450 semanas

Pichações foram encontradas na Unesp de Ourinhos (Foto: Reprodução/Facebook)

Pichações racistas e homofóbicas foram encontradas em um banheiro masculino da Unesp de Ourinhos (SP). As pichações foram feitas na quinta-feira (27), mesmo dia da primeira reunião oficial do Coletivo Negro do campus. Além da mensagem "pretos fedidos", no banheiro também foi escrito "viados escrotos".

A Unesp em Ourinhos tem aproximadamente 300 alunos de apenas um curso, o de geografia. A aluna do 4º ano, Dandara Tierra, de 22 anos, contou que há pelo menos três anos não via casos de racismo desta forma na universidade. "Foi surpreendente. Faz anos que isso não acontece. Todo mundo se conhece, é um campus pequeno. A surpresa foi grande ao ver as imagens. Todo mundo se trata bem, não imagino quem pode ter feito", afirma ela, que publicou uma imagem da pichação no Facebook.

Segundo Dandara, dos 300 alunos, aproximadamente 15 são negros. "A presença do Núcleo Negro pode ter começado a incomodar", acredita.

Em Bauru, o Grupo de Trabalho do Núcleo Negro da Unesp enfrentou situação parecida no fim do mês de julho. A coordenação acredita que a adoção de cotas para negros pela universidade gere este tipo de reação.

Em nota, a direção da Unesp disse que repudia as pichações racistas e homofóbicas feitas na unidade de Ourinhos e que se trata de um ato contra o estado democrático de direito, à população afrodescendente e à política de inclusão adotada pela Unesp.

Disse também que a coordenação executiva da direção da universidade vai instaurar na semana que vem uma comissão preliminar de averiguação dos fatos, que inclui levantamento de informações e obtenção de nomes, datas e horários que possam resultar em provas que possam levar a sanções que vão de advertência verbal ao desligamento da Instituição. Depois de registrar as ofensas em fotos para anexar ao processo, os dizeres foram apagados.

Mensagens racistas em um banheiro da Unesp em Bauru (Foto: Juarez de Paula Xavier / Arquivo pessoal)

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