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AMAZÔNIA: potencialidades e desafios

COLUNISTA - Professor Thiago Hernandes

Prof. Me. Thiago Hernandes

  • 11/08/20
  • 08:00
  • Atualizado há 189 semanas

Classificada como a maior floresta equatorial do planeta, a Floresta Amazônica como usualmente é chamada e conhecida, apresenta-se neste limiar do século XXI como importante desafio para a humanidade.

Frear o descontrolado desmatamento que a floresta vem sofrendo há décadas me parece tarefa árdua, que exigirá muito empenho do poder político e sociedade civil.

No âmbito geopolítico, o Ecossistema Amazônico é dividido em dois grandes compartimentos: Amazônia Internacional e Amazônia Legal.



A Amazônia Internacional é o termo usado para fazer referência a toda área ocupada pelo ecossistema em questão, compreendendo além do Brasil, países da América do Sul como Guiana, Guiana Francesa, Suriname, Colômbia, Venezuela, Equador, Peru e Bolívia, além da América Central ao sul do México.

Já por Amazônia Legal, entende-se como o termo empregado para fazer referência à área de domínio brasileiro da floresta, compreendendo estados como: Mato Grosso, Rondônia, Acre, Amazonas, Roraima, Amapá, Pará e Tocantins.

Muitas são suas funções ecossistêmicas e potencialidades econômicas que sustentam sua manutenção e usos racionais.

No viés ecossistêmico, destacam-se inúmeras funções tais como:

• habitat de inúmeras formas de vida animal e vegetal;

• grande reguladora da dinâmica térmica e hídrica do planeta;

• enorme sequestradora de carbono;

• riquíssimo patrimônio cultural, material e imaterial mantido por comunidades indígenas e ribeirinhos;

Quanto as suas potencialidades econômicas, atreladas ao seu uso racional, são destacadas:

• ecoturismo;

• extração de essências, folhas, sementes e matérias de grande demanda para diferentes ramos indústriais;

• alta biodiversidade que possibilita a realização de pesquisas para a produção de fármacos e outras demandas humanas.

Porém, apesar de todo esse valor econômico, social e ambiental, por quais razões deparamos com recorrentes notícias de avanços de queimadas, desflorestamento, biopirataria e afins?

Para entender a situação é necessário retomar o início da ocupação territorial do Brasil. Desde os primórdios, em quase todas as mentes que conduziram o processo de ocupação territorial do país, floresta, natureza e meio ambiente eram entendidos como obstáculos ao "progresso" e, em nome da ânsia desenfreada do lucro imediato, como pelo pensamento cultural vigente e pela ausência de legislações específicas, um verdadeiro ciclo de extermínio foi implantado e perpetuado por séculos.

Mas e agora? Como explicar esta continuidade em pleno século XXI e com todos os conhecimentos adquiridos sobre a importância das florestas?

Mais uma vez para entender o presente é necessário olhar para o passado.

O processo de ocupação do Brasil Central, bem como da região Amazônica no século XXI, muito pouco difere dos interesses estabelecidos no período colonial, ou seja, rápidos e vultosos ganhos alimentando a cadeia destrutiva.

Diferentemente do que ocorre em outros ecossistemas, a Floresta Amazônica é um bioma extremamente complexo e frágil, sendo que qualquer ação humana, sem adequado planejamento e conhecimento técnico poderá trazer consequências irrecuperáveis, irreversíveis.

Segundo os cientistas Thomas Lovejoy, professor da George Mason University, nos Estados Unidos, e Carlos Nobre, coordenador do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia para Mudanças Climáticas, em artigo publicado na revista Science Advances, se o desmatamento não só na Amazônia, mas em outras formações similares não diminuir ou até mesmo cessar, a floresta chegará a um nível de inflexão cuja, a recuperação será impossível agencia.fapesp.br acesso em 22/07/2020.

Caso estas projeções se concretizem, os efeitos ambientais e econômicos para o Brasil e o planeta serão trágicos.

No elenco dos males, podem ser destacados:

• redução das chuvas em regiões da Amazônia e do Centro-Sul;

• ocorrência de longos períodos se severas estiagens;

• extinções de diversas espécies animais e vegetais;

• perdas na produção e econômicas imensuráveis na agropecuária e na geração de energia; ( algo está escrito errado...produção e....)

• alterações nos arranjos sociais e culturais de grupos indígenas e de ribeirinhos;

• etc.

Diante todos estes postulados apresentados, surge a pergunta: o que pode ser feito enquanto ainda há tempo?

A resposta é simples, mas sua execução é complexa e desafiadora.

Não quero aqui ser ingênuo ou extremista sobre qualquer posição, porém, quero destacar que o enfrentamento de tais desafios somente se consolidará com a efetiva sinergia entre poder público em todas suas searas, sociedade civil e setores econômicos/produtivos.

O caminho é longo, os desafios são grandes, porém a importância do tema, bem como sua urgência em saná-lo são maiores ainda.

Lembre-se, como relata provérbios indígenas "Somente quando for cortada a última árvore, pescado o último peixe, poluído o último rio, que as pessoas vão perceber que não podem comer dinheiro". disponível em Orientar Centro Educacional acesso 23/07/2020

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