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Putin anuncia que Rússia é o 1º país a registrar vacina contra o novo coronavírus

Comunidade internacional coloca vacina sob suspeita. Em página da OMS, vacina russa consta na fase 1 de testes, sem completar a segunda e a terceira etapa. Próxima etapa de testes deve ocorrer no Brasil, além de outros países, segundo site russo.

G1

  • 11/08/20
  • 13:00
  • Atualizado há 189 semanas

O presidente russo, Vladimir Putin, anunciou nesta terça-feira (11) que a Rússia é o primeiro país do mundo a registrar uma vacina contra o novo coronavírus. Apesar do anúncio, sabe-se pouco sobre a eficácia dessa vacina, e ela vem sendo questionada por especialistas internacionais.

A Rússia também anunciou que o Brasil deve participar da próxima fase dos testes da imunização, prevista para começar na quarta-feira (12). (Veja detalhes mais abaixo nesta reportagem).

"Esta manhã uma vacina contra o novo coronavírus foi registrada pela primeira vez no mundo", disse o chefe do Kremlin em reunião com o Gabinete de Ministros.

Segundo a atualização mais recente da Organização Mundial de Saúde (OMS), do dia 31 de julho, sobre as vacinas para Covid-19 em desenvolvimento no mundo, a vacina russa ainda estava na fase 1 do processo. Para desenvolver uma imunização, são necessárias 3 etapas.



Nesta terça (11), a OMS comentou o anúncio da vacina russa. A entidade declarou que a Rússia "não precisa de sua aprovação" para registrar a vacina, e que precisará ter acesso aos dados da pesquisa para avaliar a eficácia e segurança da imunizaçã para aprová-la.

Ao todo, 165 vacinas contra a Covid-19 estão sendo pesquisadas em todo o mundo, segundo os dados da organização no dia 31 de julho. Cinco dessas imunizações estão na fase final de testes em humanos (a fase 3).

A imunização russa se chamará Sputnik V, em alusão à corrida espacial da Guerra Fria entre União Soviética e Estados Unidos. O Sputnik I foi o primeiro satélite a orbitar a Terra, lançado pelos soviéticos em 1957.

Parceria com o Brasil

Nesta terça (11), o governo do Paraná anunciou que vai assinar, na quarta (12), um acordo para fabricar a imunização russa. A produção, entretanto, não tem previsão de início, pois depende de aprovação da Anvisa. No dia 24 de julho, o governo do estado já havia anunciado que estudava uma parceria com a Rússia para fabricação da vacina.

Segundo o site da nova vacina, o Brasil irá participar da fase 3 dos estudos clínicos, que tem previsão para começar na quarta-feira (12). Serão 2 mil participantes; além dos brasileiros, deve haver voluntários da própria Rússia, dos Emirados Árabes, da Arábia Saudita e do México.

O G1 questionou, por volta das 10h desta terça-feira (11), o Ministério da Saúde sobre a participação brasileira nos testes, mas, até a última atualização desta reportagem, ainda não havia obtido resposta.

A produção em massa da vacina em território russo tem previsão para começar em setembro.

O que se sabe sobre a vacina russa?

A imunização foi desenvolvida pelo Centro Nacional de Investigação de Epidemiologia e Microbiologia Gamaleya junto ao Ministério da Defesa.

Segundo o site da vacina, a imunização foi testada em animais antes de ser aplicada em humanos - incluindo em dois tipos de primatas.

Já os testes em humanos começaram em 18 de junho, quando o primeiro grupo, de 18 voluntários, recebeu a imunização em sua forma liofilizada (a liofilização é uma espécie de "desidratação da vacina", que estabiliza a molécula). Cinco dias depois, no dia 23, mais 20 pessoas receberam a dose, também deste tipo.

Em julho, a Rússia anunciou que a vacina induziu produção de anticorpos na primeira fase de testes. No mesmo mês, a Universidade Sechenov, em Moscou, informou que outra versão da mesma vacina, em forma líquida, estava sendo testada em outros 38 voluntários em um hospital militar da capital russa.

Os testes de fase 1 e 2 foram completados no dia 1º de agosto, diz o site oficial da vacinação.

"Nenhum participante dos atuais ensaios clínicos foi infectado com Covid-19 após ter a vacina administrada", diz o site.

"A alta eficácia da vacina foi confirmada por testes de alta precisão para anticorpos no soro sanguíneo de voluntários (incluindo uma análise para anticorpos que neutralizam o coronavírus), bem como a capacidade das células imunes dos voluntários se ativarem em resposta à proteína S do coronavírus, que indica a formação de anticorpos e resposta imune celular", afirma o texto.

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