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A tendência e a competência que se fortalecem no mundo educacional pós-pandemia

Divulgação

  • 02/09/20
  • 11:00
  • Atualizado há 189 semanas

A BNCC deu um passo importante com a introdução do foco na aquisição de conhecimentos e competências específicos e da familiarização com as tecnologias - hoje cada dia mais presentes em nossas vidas - como uma forma de preparar os jovens não apenas para o mercado de trabalho e profissões futuras, mas também para o exercício pleno da cidadania no século XXI. A vida remota, incluindo trabalho e aprendizagem, durante a pandemia, vem testando o estado de prontidão e resiliência das instituições e da sociedade como um todo para lidar com as realidades presentes e que estão por vir, que em certos aspectos são imprevisíveis.

Por um lado, a pandemia deixou claro que a escola, o trabalho e o lar, impreterivelmente, terão de estar intimamente ligados, sendo extensões uns dos outros e compartilhando desses ambientes em ambas as vias, para que potencializem as produções acadêmica e profissional, além de possibilita melhorias na qualidade de vida dos indivíduos. Outra situação que ficou evidente para os responsáveis por jovens em idade escolar durante a pandemia foi o papel fundamental do professor e da escola nas suas vidas.

Acredito que a maioria dos pais, mesmo aqueles academicamente mais preparados, tem encontrado dificuldades em equilibrar tantos pratos girando ao mesmo tempo, incluindo o envolvimento direto e de supervisão no aprendizado dos filhos. Muito provavelmente haverá uma maior sintonia, compreensão e, principalmente, colaboração entre pais e escolas no pós-pandemia, de maneira que todos tenham uma maior clareza sobre o dever e papel de cada um, em especial, uma participação mais ativa dos pais na escolarização dos filhos, papel esse que em muitos casos havia sido terceirizado para a escola.

Por outro lado, entre alguns dos pré-requisitos básicos que se demonstraram cruciais para que o ensino-aprendizagem remoto seja desenvolvido de maneira satisfatória na pandemia, é importante destacar o acesso a um espaço que permita o foco e o exercício da tarefa em mãos com desenvoltura, incluindo conectividade de qualidade e acesso a dispositivos que complete o caminho da conectividade, como smartphones, tablets, notebooks, computadores de mesa e outros. Dessa forma, o avanço em competências tidas como essenciais de acordo com a BNCC e cuja aquisição era vista como centrada na escola, passará a ser uma realidade mais palpável para um número cada vez maior de jovens.

As consequências do uso apropriado e responsável das tecnologias como meio de aquisição de conhecimento reforçará e antecipará realidades que hoje já se mostram cada vez mais presentes. Exemplo disso é a globalização do emprego a partir aceitação do trabalho remoto como uma mera extensão do trabalho in situ. Ao mesmo tempo que empresas já contemplam a possibilidade de ter parte dos seus quadros funcionais trabalhando remotamente no pós-pandemia, muitas dessas empresas já consideram a possibilidade de contratar profissionais que trabalhem remotamente de outros países, principalmente de países onde a mão-de-obra especializada seja consideravelmente mais acessível. Nesse contexto, uma janela de oportunidades pode se abrir aos brasileiros, obviamente, mais ainda para aqueles que estiverem imersos na cultura digital, a competência 5 da BNCC.

Embora tenha amadurecido de maneira emergencial, a tendência é que a inteligência artificial, machine-learning e a robótica sejam temas incorporados cada vez mais nos currículos das instituições de ensino e no cotidiano dos jovens, uma vez que a automatização de muitas profissões atualmente lastreadas em processos manuais e até mesmo analíticos vão demandar novas funções e profissões para as quais os jovens que hoje em idade escolar precisarão estar aptos a desempenhar.

Por isso, disciplinas como Matemática, pensamento computacional e língua portuguesa para os alunos mais jovens são fundamentais para uma boa formação para esse cenário futuro hoje já vivenciado.

No pós-pandemia, deverão acontecer reavaliações de premissas que a pandemia pode testar na prática e talvez seja esse o momento em se pensar na BNCC 2.0 em alguns aspectos. A flexibilização do local de trabalho e suas implicações ainda não são conhecidas a fundo, o que implica que teremos muitas mudanças e ajustes nessa área nos próximos anos.

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