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Criança de Assis adquire síndrome pós-infecciosa após ter COVID-19

Breno Trancolin de 2 anos e 7 meses passou dias internado na UTI de Presidente Prudente

Redação AssisCity

  • 17/03/21
  • 08:00
  • Atualizado há 158 semanas

A Síndrome Multisistêmica Inflamatória Pediátrica ainda é desconhecida por grande parte da população, mas é uma das respostas de crianças e adolescentes que testam positivo para COVID-19, como foi o caso de uma criança de Assis com apenas 2 anos e 7 meses.

A nutricionista Beatriz Trancolin, mãe de Breno Trancolin, quer alertar mães e pais sobre a doença e contar como foi o processo até chegarem ao diagnóstico.

Divulgação - Mãe e filho ficaram 10 dia na UTI de Presidente Prudente
Mãe e filho ficaram 10 dia na UTI de Presidente Prudente



"Foram dias muito difíceis. Meu filho sempre foi muito saudável e ativo. E um dia ele começou a ter febre alta e dali pra frente foi só angústia, porque apesar de leva-lo ao pediatra, entrar com a medicação, levar no pronto atendimento, voltar ao pediatra, os sintomas só pioravam", desabafa a mãe.

Beatriz levou seu filho até a Santa Casa de Assis, onde foi atendido pela pediatra plantonista Anna Carolina Lascoski.

"A Síndrome Inflamatória Multisistêmica Pediátrica (SIM-P) é uma síndrome pós-infecciosa que ocorre até cerca de 4 semanas após infecção aguda causada pelo novo Coronavírus, A SIM-P compartilha manifestações clínicas semelhantes a outras doenças como a doença de Kawasaki", explica a médica.

Divulgação - A média pediatra Anna Carolina Lascoski atua na Santa Casa de Assis
A média pediatra Anna Carolina Lascoski atua na Santa Casa de Assis

A doença afeta todo o corpo, os órgãos como rim, pulmão, fígado e principalmente o coração, por ser uma inflamação nos vasos sanguíneos.

"Foi um pesadelo até eu saber que ele realmente estava bem. Eu não dormia, ficava que nem uma coruja em cima dele analisando os sinais vitais porque eu estava em isolamento com ele e qualquer alteração na frequência cardíaca ou na saturação de oxigênio eu já chamava a equipe", conta a mãe.

Segundo Beatriz, os sintomas de Breno foram piorando com o passar dos dias e não havia remédios que melhorassem a situação. A criança tinha febre, que em momentos chegou a 40.1, depois manchas vermelhas no corpo, garganta inflamada. "Tudo piorou quando ele passou a ter vômito, não comia nem bebia, com dores fortes no abdômen, olhos inchados e boca descascando. Até este momento ninguém conseguiu me dizer o que ele tinha, foi um desespero", relata Beatriz.

Divulgação - Breno teve sintomas fortes e precisou ser internado
Breno teve sintomas fortes e precisou ser internado

Após 10 dias internado na UTI, Breno passou por tratamentos com medicações fortes, além de uma bateria de exames para identificar alteração nos órgãos.

"Em Prudente iniciamos tratamento com imunoglobulina, corticoides, antibióticos e antitrombóticos. Também realizaram tomografia, ecocardiograma, raio-x e diagnóstico do abdômen, tudo para garantir que os órgãos não estivessem comprometidos", explica.

Beatriz só descobriu que seu filho tinha tido COVID-19 quando chegou na Santa Casa, e fez o exame, porque ele era assintomático e mesmo não saindo de casa, acabou se infectando. "A criança pode ter sido infectada por um contato assintomático e, em alguns casos, nem a criança, nem seus cuidadores sabem que foram infectados", conta a médica Anna Carolina.

Divulgação - Beatriz afirma que o tratamento precoce salvou a vida de Breno
Beatriz afirma que o tratamento precoce salvou a vida de Breno

A mãe e o pai fizeram exames para saber se também tiveram a doença, mas ainda aguardam os resultados.

"Estou aqui para alertar os pais, pois eu não conhecia essa síndrome e sei que muitos também não conhecem, mas quero que saibam que podem salvar a via desses pequenos. Fiquem em alerta, a COVID-19 em crianças assintomáticas pode trazer danos horríveis. Cuidem dos seus!", alerta Beatriz.

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