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Estoque de sedativo na Santa Casa de Paraguaçu é suficiente apenas para 15 dias

O insumo é utilizado para intubar pacientes

Redação AssisCity

  • 03/04/21
  • 09:00
  • Atualizado há 159 semanas

A Santa Casa de Paraguaçu Paulista, em função do grande número de internações por COVID-19, está com estoque baixo de sedativos para intubar pacientes graves e prevê o fim do estoque em até 15 dias.

Lucilene Toneli, administradora da Santa Casa, explica que empresas responsáveis pelo abastecimento não estão nem aceitando pedidos de compras de medicamentos por não terem previsão de entrega, já que os laboratórios que fabricam os remédios não estão suprindo a demanda.

"Do contágio à transferência para UTI, a evolução tem sido muito rápida. O contágio está mais rápido", alerta.

Na quarta-feira, 31 de março, a Santa Casa registrava 100% dos leitos de UTI COVID-19 tomados e ocupação de 130% dos leitos clínicos Covid-19.

"Estamos prestes a transformar os leitos do Pronto Atendimento de observação em leitos de internação COVID para suprir a demanda de internações", afirmou a administradora.

Na região, o número de pessoas aguardando por leitos varia entre 50 a 70 por dia.

A demanda elevada por medicações para internação pressiona o fornecimento. "Estamos com os medicamentos para sedação colocados em duas listas de espera, mas tudo indica que há um risco de sofrermos com a falta deles", adiantou.

Um dos medicamentos em falta é o sedativo Midazolam, mais conhecido como Dormonid injetável.

Segundo Lucilene, o "kit internação" enviado pelo Ministério da Saúde destinou, por meio do Governo do Estado Federal, cerca de 210 ampolas do sedativo Midazolan de miligramas muito inferiores ao usado para intubação ao município em quantidade insuficiente para atender a demanda, visto que essa quantidade é consumido por um paciente em 24 horas.

O sedativo Cloridrato de Dexmedetomidina, conhecido como Precedex, tem sido a alternativa ainda encontrada no mercado com preço bem superior ao Dormonid antes usado, porém, de acordo com a Santa Casa.

A quantidade de frascos solicitadas do remédio tem sido reduzida pela metade a pedido dos fornecedores para que tenham chances de serem atendidos.

Outro medicamento em falta é o sedativo Propofol 20ml utilizado tanto para intubação na UTI Geral quanto na UTI COVID, e para cirurgias. Por conta da escassez, as cirurgias eletivas estão suspensas para priorizar o atendimento aos pacientes com COVID.

"Cidades vizinhas já têm nos implorado por internações e medicamentos e estamos sendo obrigados a negar. Nos sentimos muito mal, impotentes a ponto de perder o sono por saber que vidas estão sendo perdidas em poucas horas por conta desse cenário", lamentou a administradora.

"A situação chegou no caos", define.

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