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Médicos assisenses que tiraram a beca e foram para a linha de frente de uma das maiores crises de saúde da história mundial

Conheça três jovens recém-formados em medicina que tiveram que enfrentar logo de cara um grande desafio

Redação AssisCity

  • 04/04/21
  • 10:00
  • Atualizado há 158 semanas

A meta dos universitários no mundo é após a formatura trabalhar na área que sempre sonharam . Muitas vezes esse desejo aparece quando ainda crianças, ou então na adolescência, seja por sonho ou para seguir os passos de algum familiar. Porém, imagina o estudante mal finalizar o curso que tanto se dedicou para começar a se preocupar com uma especialização e do dia para noite estar na linha de frente de uma crise de saúde mundial.

Nessa reportagem apresentamos três jovens médicos de Assis, que atuam na linha de frente do combate à pandemia em outras cidades. Eles relatam a rotina de quem precisou repensar e se readequar para viver a profissão dos sonhos.

Divulgação - Vitor Dias, Roberta Tondato e Mirella Chadi - Assisenses recém-formados que estão na linha de frente da pandemia
Vitor Dias, Roberta Tondato e Mirella Chadi - Assisenses recém-formados que estão na linha de frente da pandemia

"Durante a faculdade meu planejamento era finalizá-la e iniciar a residência em anestesia. Porém, com a pandemia tudo atrasou e agora trabalho na linha de frente. Então, tenho que conciliar os plantões no hospital com a rotina de estudos para a residência", relata o médico assisense de 25 anos, Vitor Dias, que trabalha no Pronto Socorro do Hospital Ana Costa, na cidade de Santos, no litoral paulista.

Desde março de 2020, a realidade que os jovens recém formados em cursos da área da saúde enfrentam é uma total mudança de planejamento daquilo que haviam idealizado para quando se formassem. Dentro de hospitais espalhados pelo país, eles vivem rotinas parecidas com as que profissionais renomados também enfrentam.

"Num estágio em tempos normais, eu atenderia UTIs de pós operatório e traumas. Porém, com o crescimento dos números da COVID, fico focada nessa área. É uma experiência desafiadora, pois como sou recém formada e trabalhei em pronto socorro com casos leves da doença, agora trato pacientes em níveis extremamente graves. Tenho que saber lidar com eles, com a família, com medicamentos e outros fatores", revela a médica Roberta Tondato, de 27 anos, que trabalha no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina do Estado de São Paulo (FMUSP).

Com a pandemia de COVID-19 e todos os problemas que ela trouxe, esses jovens tiveram que, de maneira rápida e direta, aprender outros fatores importantes para a área da saúde: o amadurecimento e a própria segurança emocional.

"Esse aumento recente de casos nos forçou a adquirirmos uma maturidade que não viria tão rápido em tempos normais. Agora estamos ali, em contato com o paciente, com sua família e vivemos a angústia deles. É uma questão de empatia, nos colocamos no lugar dele e da família para poder realizar o melhor trabalho possível", ressalta a médica Mirella Chadi, de 25 anos, que atualmente trabalha na Assistência Médica Ambulatorial, AMA, em São Paulo.

Apesar da pouca idade e serem recém formados, eles sabem da importância que seus trabalhos diários têm para esse momento. A maturidade que antes se adquiria aos poucos, chegou de repente, assim como as dificuldades da profissão, e os desafios diários. Essa é a rotina desses jovens assisenses que fazem parte da linha de frente.

Quando olham para trás, recordam-se de quando ainda estavam na escola e pensavam num futuro como médicos. No caso de Roberta já decidida a seguir na medicina, Vitor que cresceu rodeado por parentes da odontologia e no último instante mudou de ideia, e Mirella que sempre gostou de ajudar pessoas e teve todo apoio da família. Mesmo no início da carreira, eles orgulham-se da decisão que tomaram anos atrás.

Por fim, os sonhos profissionais, que não foram deixados de lado, apenas tiveram que aguardar para que eles vivessem uma outra realidade. Mas e quando tudo isso passar?

"Meu sonho para o futuro profissional é continuar conciliando os plantões com os estudos, adquirir uma experiência e ano que vem começar a residência em

anestesia", sonha Vitor.

"Quero finalizar a minha especialização em dermatologia e fazer outros cursos. Quanto ao meu destino, deixo isso em aberto, se volto para Assis ou fico em outra cidade. O foco agora é minha especialização e ajudar na pandemia", diz Mirella.

"Meu sonho é me profissionalizar na área de anestesiologia e ser uma excelente profissional. Me vejo trabalhando em serviço privado e SUS, além de buscar algo no Hospital Universitário como forma de agradecimento aos ensinamentos que tive até hoje", reconhece Roberta.

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