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10 mitos e verdades sobre a toxina botulínica

A dermatologista Lúcia Miranda explica como funciona o procedimento e quais as indicações

Bem-Estar

  • 30/09/19
  • 18:00
  • Atualizado há 234 semanas

O número de adeptos a procedimentos menos invasivos, como a aplicação de toxina botulínica, mais conhecida como botox, cresce a cada dia. Dados recentes da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP) apontam que a técnica cresceu 390% em apenas dois anos.

Para a dermatologista Lúcia Miranda, Membro da SBD, há uma corrida contra o tempo. "Quase todas as mulheres e homens querem mais beleza e rejuvenescimento dia a dia. A ideia é parar o tempo e a ciência proporciona isso", afirma. Ainda assim, a médica destaca que há muitos mitos sobre os procedimentos. Confira:

1 - A toxina botulínica tipo A aumenta o volume dos lábios

Segundo as indicações específicas, não, porque ela não tem a capacidade de aumentar o volume dos lábios. Ela serve para relaxar a musculatura onde é injetada, tratando as rugas de expressão, como as que se formam ao redor da boca (código de barras). O tratamento indicado para aumento de volume dos lábios é o preenchimento labial que, além do volume, também pode ser utilizado para a redefinição de contorno. Nesta região dos lábios, a aplicação deve ser muito cautelosa e em pouca quantidade, para evitar efeitos colaterais desagradáveis, como a dificuldade em sugar um alimento líquido.

2 - A toxina botulínica tipo A pode paralisar o músculo, deixando o paciente sem expressão

A questão é controversa. Os protocolos atuais preconizam a aplicação diretamente no músculo responsável pela formação da ruga e atua relaxando a musculatura. Este relaxamento pode ser mais ou menos intenso, dependendo da dosagem e da técnica de aplicação. Atualmente, o tratamento é individualizado e considera as características e as expectativas de cada caso. O ideal é realizar uma harmonização da face toda, e, em alguns casos sendo necessário tratar as rugas do pescoço (músculo platisma), levando a um relaxamento que deixe um aspecto bem natural.

3 - A toxina botulínica tipo A vicia

Não há nenhuma evidência científica de que a aplicação da toxina botulínica tipo A cause dependência ou vício. O que pode ocorrer é uma dependência psicológica, daí a importância do dermatologista em adequar a dose e o tempo certo de reaplicação. Não é bom ter intervalos menores que quatro meses entre uma aplicação e outra.

4 - Os cremes antirrugas oferecem resultados similares ao tratamento com a toxina botulínica tipo A

Apesar de muitos cremes prometerem resultados iguais aos obtidos com a aplicação de toxina botulínica tipo A, este é mais um mito. Primeiramente é importante reforçar que não existe nenhum creme com toxina botulínica tipo A em sua formulação. Além disso, os cremes agem superficialmente na pele, melhorando a hidratação e atenuando as rugas mais finas. Já a toxina atua diretamente no músculo responsável pela formação das rugas de expressão. Portanto, os cremes atuam de forma diferente e não são capazes de reproduzir resultados comparáveis à toxina botulínica tipo A.

5 - A toxina botulínica tipo A pode substituir uma cirurgia plástica

Não. São procedimentos diferentes. Com os avanços da Cosmiatria, as plásticas de face são cada vez mais raras, tanto em relação aos resultados que deixam cicatrizes, quanto ao aspecto pouco natural. Em casos de pacientes que realizaram cirurgia plástica, sempre somos procuradas para que a toxina tipo A possa complementar a cirurgia plástica, tornando-a menos invasiva. Hoje temos evidências de que as aplicações de toxina botulínica podem postergar a necessidade de uma intervenção cirúrgica, pois além de atenuar as rugas de expressão, podem prevenir o surgimento de novas rugas pela reeducação da mímica facial.

6- Os efeitos da toxina botulínica são imediatos

Os primeiros efeitos poderão ser observados imediatamente após a aplicação, a depender da toxina e sua concentração. Porém, em alguns casos, somente entre 48 a 72 horas após o procedimento são visíveis os resultados, e de forma mais completa, em aproximadamente duas semanas. Já a duração total do efeito é de aproximadamente de quatro a seis meses, dependendo da resposta individual do paciente, seu metabolismo e da técnica de aplicação e da dosagem aplicada.

7- O procedimento é realizado em todo tipo de clínica

Não, todo cuidado é pouco! Este é um procedimento médico que requer conhecimento, técnica e habilidade por parte do especialista dermatologista. O paciente deve procurar um médico experiente e capacitado na técnica de aplicação, para evitar iatrogenias ou problemas.

8- A aplicação é dolorida

A aplicação é praticamente indolor e normalmente feita com agulhas bem finas (tipo de insulina). Para pacientes mais sensíveis, pode ser utilizado um anestésico tópico local com auxílio de gelo, em nossa clínica há um aparelho que refresca a pele, proporcionando o efeito anestésico.

9- Além das rugas, a toxina botulínica também pode ser indicada em prol da saúde

A substância pode apresentar outras finalidades, além do combate às rugas dinâmicas. "O avanço da tecnologia e da medicina nos proporciona ricas descobertas diariamente. Hoje a toxina botulínica pode ser eficaz para o tratamento do bruxismo (hipertrofia masseter), sorriso gengival, assimetrias por contraturas musculares paralisia facial, hiperidrose e enxaqueca crônica. Além disso, estudos médicos mais recentes apontam que a toxina botulínica também pode ser aplicada em tratamentos para dores neuropáticas, como por exemplo, a neuralgia pós-herpética (pós herpes zoster) melhorando a qualidade de vida dos seus portadores".

10- Há muitas contraindicações para a aplicação da toxina

Pessoas que desejam se submeter a este tipo de procedimento devem se atentar a algumas contraindicações. Além da higidez orgânica, este procedimento não é recomendado para gestantes, mulheres que estejam amamentando, portadores de doenças neuromusculares, pessoas que façam o uso de anticoagulantes ou que apresentem algum tipo de infecção no local o qual será aplicada a substância.

Divulgação - Dados recentes da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP) apontam que a técnica cresceu 390% em apenas dois anos
Dados recentes da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP) apontam que a técnica cresceu 390% em apenas dois anos

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