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Corrupção em que governo?

Silvio Freitas

  • 06/06/14
  • 16:00
  • Atualizado há 511 semanas

Kallil Dib, assessor de imprensa da Prefeitura Municipal de Assis, administrada pelo governo do PSDB, recentemente publicou em jornais e no site "Assiscity" um artigo fazendo críticas ao governo corrupto em função da realização da Copa do Mundo no Brasil. E aí promove uma grande confusão misturando alhos e bugalhos não conseguindo uma linha de raciocínio clara para sustentar sua tese. Ao contrário, usa de factóides - tão comuns na atual grande imprensa partidarizada pró-PSDB - para fazer acusações levianas.

Entretanto, é necessário que o leitor faça a seguinte pergunta ao assessor de imprensa em questão: corrupção em que governo? Então, vamos levantar algumas questões para que o assessor de imprensa refresque sua memória e saiba em que governos acontecem definitivamente corrupção. E vamos lembrar que os governos do PSDB são campeões nesta área.

O principal deles vem sendo denunciado discretamente pela grande imprensa - e principalmente por jornalistas em seus blogs - envolvendo a compra de trens para o metrô de São Paulo. Nobre assessor de imprensa, o esquema vem sendo denunciado pela bancada petista desde 2008. Foram 15 representações ao Ministério Público Estadual e ao Ministério Público Federal. A corrupção em governos tucanos é maior do que mostra a mídia. Inclusive, a falta de água que atinge a Grande São Paulo que já enfrenta racionamento em bairros pobres por incompetência do governo do PSDB do Estado de São Paulo.



Existem hoje três investigações da Polícia Federal em andamento que estão de alguma forma interligadas. Além da apuração das propinas pagas nas licitações do Metrô e da CPTM a Companhia Paulista de Trens Metropolitanos, há as resultantes das operações Fratelli e Castelo de Areia. A primeira é relativa a deputados que teriam oferecido emendas parlamentares em troca de favores do grupo Scamatti, a chamada Máfia do Asfalto.

A segunda, anulada pelo Superior Tribunal de Justiça, mas que ainda depende de uma decisão do Supremo Tribunal Federal, tratou de um esquema de corrupção envolvendo a empreiteira Camargo Corrêa. O deputado estadual Luiz Carlos Marcolino, do PT, afirmou recentemente que, além da criação da CPI, uma investigação ampla desses escândalos poderia rever todos os processos licitatórios que estão sob suspeita no estado de São Paulo, envolvendo contratos na casa de R$ 40 bilhões.

No fim de novembro de 2013, reportagem do jornal O Estado de S. Paulo, mostrou que o ex-diretor da Siemens, Everton Rheinheimer, declarou ter "documentos que provam a existência de um forte esquema de corrupção no estado de São Paulo" durante os governos tucanos. No texto, o ex-funcionário disse que o arranjo "tinha como objetivo principal o abastecimento do caixa 2 do PSDB e do DEM". A vencedora da licitação foi a francesa Alstom. O contrato foi assinado em julho de 2008.

Investigações do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) e do Ministério Público mostraram a abrangência nacional do cartel na área de transporte sobre trilhos. A tramóia, concluíram as apurações, reproduziu em diversas regiões do País a sistemática observada em São Paulo, de conluio nas licitações, combinação de preços superfaturados e subcontratação de empresas derrotadas. As fraudes que atravessaram incólumes 20 anos de governos do PSDB em São Paulo carregam, no entanto, peculiaridades que as diferem substancialmente das demais que estão sendo investigadas pelas autoridades. O esquema paulista distingue-se pelo pioneirismo (começou a funcionar em 1998, em meio ao governo do tucano Mário Covas), duração, tamanho e valores envolvidos - quase meio bilhão de reais drenados durante as administrações tucanas. Porém, ainda mais importante, o escândalo do Metrô em São Paulo já tem identificada a participação de agentes públicos ligados ao partido instalado no poder. Em troca do aval para deixar as falcatruas correrem soltas e multiplicarem os lucros do cartel, quadros importantes do PSDB levaram propina e azeitaram um propinoduto que desviou recursos públicos para alimentar campanhas eleitorais.

Se formos voltarmos no tempo, assessor de imprensa, o governo do PSDB comandado por Fernando Henrique Cardoso nos anos 1990 está eivado de corrupção. Denúncias de compras de votos de deputados por R$ 500 mil para garantir sua reeleição e o mais espantoso: as privatizações. As privatizações já renderam grandes livros de jornalistas que denunciaram o forte esquema de corrupção havido naquela época. Venderam patrimônios nacionais para multinacionais estrangeiras a preço de banana com dinheiro financiado pelo BNDES. Sugiro, assessor de imprensa, que leia o best-seller "Privataria Tucana" do jornalista Amauri Ribeiro Jr.

Quanto a Copa, nobre assessor de imprensa, lembramos que vai deixar grande legado ao país em infraestrutura apesar da má vontade da grande imprensa. Uma imprensa, assim como o PSDB, DEM e PPS, que torce descaradamente contra o Brasil, arrebentando a imagem do país no exterior somente por questões ideológicas e políticas. Uma imprensa e partidos de oposição que jogam contra o Brasil. A grande imprensa, os partidos de oposição, assim como o senhor, não estarão torcendo pelo Brasil nesta Copa. Estarão torcendo, já na estreia, pela Croácia.

*Silvio Roberto de Freitas

Presidente

Diretório Municipal do PT - Assis/SP

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