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Emergência climática global: um momento decisivo

Colunista - Professor Thiago Hernandes

Prof. Me. Thiago Hernandes

  • 02/11/21
  • 10:00
  • Atualizado há 125 semanas

Entre os dias 31 de outubro e 12 de novembro de 2021, estará ocorrendo na cidade escocesa de Glasgow a 26ª edição da Conferência das nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, também conhecida como COP 26.

Este evento periodicamente realizado, tem por finalidade a promoção de um espaço de encontro entre lideranças políticas de todo o mundo para debater questões ligadas ao Clima do planeta, sobretudo ao processo em curso de intensificação do Efeito Estufa e do Aquecimento Global.

De uma forma bem simplificada, pode-se denominar por Efeito Estufa como o mecanismo natural do sistema planetário que possibilita a retenção de parte do calor recebido do Sol, e que por consequência, permitiu a estabilização térmica da Terra e o desenvolvimento da vida como concebemos.



Entretanto, conforme inúmeras pesquisas propagadas pelo IPCC - siga em inglês de Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas - o planeta Terra vem passando por um acelerado processo de intensificação deste Efeito Estufa desde a Revolução Industrial, fato este que está contribuindo conforme o órgão supra citado, para o aumento da temperatura média planetária, o que se denomina de forma ampla de aquecimento global.

Com base em inúmeras declarações de especialistas de diversas áreas do saber, caso a temperatura média do planeta aumente acima dos 2 graus centígrados até o final deste século, a Terra entrará em uma devastadora condição climática, em que eventos extremos como ondas de calor e frio, secas e tempestades tornaram-se cada vez mais recorrentes.

Divulgação - Emergência climática global: um momento decisivo - Foto: Pixabay
Emergência climática global: um momento decisivo - Foto: Pixabay

Além destes eventos, o aumento da temperatura trará consigo diversos outros efeitos colaterais a toda a vida, tais como: derretimento de geleiras, mudanças nos padrões de circulações oceânicas e atmosféricas, destruições de habitats, aumento no nível do mar, extinções e proliferações desordenadas, possíveis ciclos de pandemias, deslocamentos populacionais humanos, perdas econômicas irreparáveis, redução da produção de gêneros alimentícios, aumento das tensões internacionais, dentre outros.

Entretanto, este cenário projetado não é uma sentença dada como definitiva. Não. É possível se não reverter plenamente, mas ao menos atenuar seus efeitos. Mas como isso é possível?

É justamente no contexto deste questionamento que eventos como o que inicia este artigo ganham sua relevância, uma vez que trazem a luz do conhecimento público o que estamos fazendo, o que pode ocorrer se nada mudar e, sobretudo, como melhorar as perspectivas vindouras a curto, médio e longo prazos.

Em um contexto global, a chave para frear o processo de aquecimento global consiste na redução dos chamados GEE's - gases do efeito estufa - como por exemplo o dióxido de carbono - emitido nas queimadas florestais e no consumo de combustíveis fósseis como gasolina, diesel, carvão, querosene e afins - e o metano - lançado sobretudo como decorrência da formação de grandes rebanhos.

Diante deste cenário de inúmeros desafios, um outro tão relevante quanto é o social. Não se pode falar em combate as mudanças climáticas sem também falar sobre a desigualdade social que tantos males trazem a humanidade, como a fome, a desnutrição, o analfabetismo, o acesso irregular ao saneamento básico, aos serviços de saúde, à educação dentre outras demandas essenciais a nossa plena e digna existência.

Nesta perspectiva, surgem 2 perguntas essenciais: o que poder ser feito para sanar estes desafios e qual meu papel individual nessas medidas de enfrentamento? Em ambos questionamentos a solução, ou ao menos o enfrentamento obrigatoriamente exigirá a sinergia de esforços entre todos os agentes - sociedade civil, forças políticas e setores econômicos.

Para a primeira pergunta, caberá aos tomadores de decisões - setores políticos e econômicos - a adoção de políticas de introdução de modelos de baixo carbono, ou seja, formas de produzir que resultem em menores emissões dos GEE's, bem como estímulos para a ampliação em escala global de modelos existenciais denominados de verdes, ou seja, justos socialmente, viáveis economicamente e equilibrados ecologicamente.

Para a segunda abordagem, a resposta é simples: sim, posso também agir de forma a causar menos impactos as mudanças do clima. Dentre as ações a serem tomadas, cito: uso de combustíveis renováveis como o etanol, uso racional da água e da energia elétrica, encaminhamento adequado dos recicláveis - plásticos, papeis, vidros e metais - plantar árvores, ensinar pelo exemplo, combater o desperdício de alimentos dentre outros.

Sei que os desafios são enormes, que as soluções não são simples e que este tema é amplo e completo, porém, sei também que não podemos ficar mais parados contanto com a "sorte" que pode vir.

Devemos, todos nós humanos, mas sobretudo os que mais consomem e os que maior poder de decisões possuem, agir com responsabilidade e entendimento sistêmico, pois o que ocorrer sobre a Terra, recairá sobre todos.

Não herdamos o planeta de nossos antepassados, mas sim pegamos emprestados das gerações vindouras, e para darmos a eles a mesma chance de vida que temos hoje, temos de agir diferentes, agir de forma melhor.

Vivamos de forma mais voltada a verdadeira essência da vida para que todos possam viver!

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