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O que é etarismo e quais suas consequências na sustentabilidade das empresas

COLUNISTA - Elisa Barbosa

Elisa Barbosa

  • 28/03/22
  • 10:00
  • Atualizado há 107 semanas

De acordo com dados do IBGE de 2019, o número de idosos no Brasil chegou a aproximadamente 33 milhões. Segundo estimativas do instituto, em 2060, o país terá mais idosos do que jovens.

No entanto, juntamente com o envelhecimento da população, intensifica-se, também, o etarismo. O termo, do inglês ageism, foi utilizado pela primeira vez pelo gerontologista Robert N. Butler, no ano de 1969, para descrever a discriminação contra adultos mais velhos. Com o tempo, o conceito evoluiu para incorporar qualquer preconceito com base na idade.

Quando se trata do mercado de trabalho, o etarismo se manifesta mais intensivamente contra pessoas acima de 50 anos. Infelizmente, no Brasil, a cultura da beleza, juventude, saúde, inovação e criatividade ligadas às pessoas jovens é predominante, o que foi reforçado na pandemia, quando o índice de desligamentos das empresas entre os mais velhos foi muito maior do que o dos mais jovens.

Divulgação

E qual o impacto disso no mundo corporativo? A KPMG realizou uma pesquisa antes da pandemia com 18 mil consumidores online em 51 países, incluindo o Brasil, e descobriu que as pessoas nascidas entre 1946 e 1964 compram tanto quanto as gerações mais novas. Não fosse só isso, é necessário lembrar que buscar diversidade é, também, enfrentar o etarismo e adequar-se a uma nova realidade demográfica.

Quando se desemprega a população 50+, perde-se economicamente, e perde-se em experiência, colaboração, visão de mundo, diversidade geracional. Algumas empresas já se atentaram para a inversão da pirâmide etária e estão investindo em movimentos de inclusão de equipes mais diversificadas considerando o fator idade. Alguns países, como os EUA, têm uma lei de discriminação por idade no emprego, que proíbe a discriminação contra pessoas de 40 anos de idade ou mais.

Divulgação - Elisa Barbosa, especialista em ESG - Foto: Divulgação
Elisa Barbosa, especialista em ESG - Foto: Divulgação

Outras propostas promovidas por governos e organizações sociais incluem: analisar os anúncios de emprego para descobrir atitudes discriminatórias, fomentar o envelhecimento ativo como uma oportunidade para superar estereótipos contra trabalhadores mais velhos ou promover uma cultura que valorize as habilidades dos talentos seniores através de ações baseadas na transferência de conhecimento, como o mentoring.

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