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Justiça marca audiência de homem que matou barbeiro e sentou ao lado da vítima para esperar a polícia

Vigilante de 37 anos foi indiciado por homicídio após invadir barbearia com o carro, correr atrás da vítima por vários quarteirões até desferir as facadas; depois, sentou-se ao lado do corpo. Segunda a polícia, motivação foi passional

G1

  • 14/07/21
  • 10:00
  • Atualizado há 141 semanas

O vigilante de 37 anos e que foi preso em junho por perseguir e assassinar a facadas o barbeiro Fábio da Silva Melo, conhecido como Fábio Corleone, em Paraguaçu Paulista (SP), teve audiência marcada na Justiça para o próximo dia 9 de agosto.

Segundo informações do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP), nesta audiência de instrução serão ouvidas as testemunhas de acusação e de defesa, e acontecerá também o interrogatório do réu, que está preso.

Ainda de acordo com o TJ-SP, dependendo do andamento dos trabalhos, há possibilidade de que o juiz decida pela pronúncia do vigilante durante essa audiência. Se for pronunciado, ele irá a júri popular para responder pelo crime de homicídio.

No dia do crime, imagens de câmeras de segurança registraram o momento em que o vigilante invadiu o local trabalho da vítima, uma barbearia na Rua Paraíba, no Bairro Francisco Roberto, e saiu correndo atrás do barbeiro. Logo depois, é possível ver que uma mulher deixa a barbearia de moto.

Na sequência, Fábio foi perseguido por vários quarteirões. A perseguição terminou na Rua Rachid Rosa, no Jardim das Oliveiras, onde o barbeiro foi esfaqueado.

Logo após o crime, o réu disse em depoimento à Polícia Civil que pensou em se entregar à polícia e, por isso, ficou sentado por um tempo ao lado da vítima caída no asfalto. Uma imagem enviada à reportagem mostra Fagner sentado na calçada.

Segundo o delegado João Fernando Pauka Rodrigues, que comandou as investigações, o vigilante afirmou que só não ficou no local até a chegada dos policiais porque os moradores da região começaram a ameaçá-lo de agressão.

Pressionado, o vigilante retornou à barbearia para pegar seu carro e fugiu tomando a direção de Maracaí, cidade vizinha que fica a cerca de 30 quilômetros, onde acabou detido pela Polícia Militar.

Motivação passional

Segundo o delegado, a motivação do crime foi passional. As investigações e depoimentos do réu e de testemunhas indicam que o barbeiro mantinha um relacionamento amoroso com a esposa do vigilante.

Em seu depoimento, o vigilante afirma que "perdeu a cabeça" ao ver a esposa beijando a vítima. Segundo as investigações da Polícia Civil, o flagrante da traição teria acontecido no Bairro Francisco Roberto, onde fica a barbearia da vítima.

Nas imagens das câmeras de segurança, é possível ver uma mulher deixando o local numa moto logo após o vigilante iniciar a perseguição ao barbeiro. Segundo o delegado, a mulher seria a esposa do vigilante.

Ainda em seu depoimento, o homem negou qualquer premeditação do crime, mas admitiu seu caráter passional. Ele disse que, ao ver a cena do beijo, perseguiu o barbeiro, foi ofendido por ele e por isso cometeu o crime.

O delegado diz ainda que, com a oitiva de outras testemunhas relacionadas ao réu e à vítima, o inquérito foi concluído com indiciamento de homicídio e enviado ao Poder Judiciário, já com manifestações do Ministério Público e da defesa.

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