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Terna e afetuosa

Daniel Freitas

  • 22/08/16
  • 19:00
  • Atualizado há 400 semanas

Em agosto de 1993, milhões de pessoas ficaram comovidas com as chocantes imagens mostradas ao mundo inteiro pela televisão, da pequenina Irma Hadzimuratovic, a menina bósnia de sete anos de idade, que foi atingida covardemente por fragmentos de obus disparados por milícias sérvias contra Sarajevo. Irma foi levada para Londres com terríveis ferimentos por todo o corpo, foi submetida a um longo tratamento que se estendeu por mais de um ano numa unidade de terapia intensiva, passando também por várias cirurgias. Mas seu estado piorou, e ela acabou por falecer no Hospital Great Ormond, na capital da Inglaterra.

Tida como símbolo do horror da guerra, Irma conquistou o coração de todos aqueles que conviveram com ela durante todo o período de seu martírio. Quen Mok, o pediatra que cuidou dela, afirmou para a imprensa: "Ela era terna e afetuosa".

Aquele triste episódio me levou a uma série de questionamentos: Como pode a maldade dos homens impor a uma criaturinha cheia de afeto e ternura, um sofrimento tão violento? O que fez a pobre Irma para merecer um fim tão desumano? Por que os homens fazem guerra? Por que os que promovem a guerra nunca estão nos campos de batalha? Por que os homens falam de paz e se armam cada vez mais para as guerras? Por que os homens fabricam bombas e armas poderosas e não conseguem inventar remédios que curem as doenças que dizimam a humanidade? Por que a ânsia de ter e de poder cega os homens, levando-os ao derramamento de sangue inocente, só para satisfazer seus instintos incontroláveis? Por que as Irmas do mundo têm que pagar com suas vidas indefesas pelos caprichos doentios dos homens?

É, amor e ódio não combinam mesmo. O fruto do amor é a paz; o fruto do ódio é a guerra.

O amor é lenitivo que ameniza a dor, é remédio que pode até curá-la.

Por aqui passou um homem que falava de amor e paz. Dizia Ele: "Ninguém tem maior amor do que aquele que dá a vida pelos seus amigos".

E ele fez isto, mas num verdadeiro contraste com o que aquele homem nos ensinou, os homens tiram a vida de seus "amigos" impiedosamente.

Segundo seu médico, a garotinha Irma morreu durante o sono, de forma serena, como resposta ao brutal gesto de seus algozes.

Sua morte foi um grito de alerta contra a insensatez dos homens.

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