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Carta de um jovem drogado para seu pai

Esta é uma carta imaginária, mas inspirada em casos reais e por isso ela serve de alerta para os pais que não têm tempo para os filhos, que não lhes falam de Deus e nem rezam com eles

Daniel Freitas

  • 08/11/16
  • 08:00
  • Atualizado há 389 semanas

Olá papai, tudo bem? Infelizmente, velho, comigo não está tudo bem. Mas antes, quero recordar aquele tempo em que a gente era feliz; claro que não durou muito, mas valeu a pena.

Como tenho saudades, pai, de quando você me pegava no colo, me carregava de cavalinho e me levava à pracinha, me segurava no balanço, brincava comigo na gangorra, descia comigo no tobogã, me empurrava na bicicleta e comprava sorvete pra mim; meu Deus como era bom. Às vezes eu brincava tanto que voltava dormindo em seus braços; como eu gostaria de ter aqueles dias de volta.

É, mas o tempo passou, eu cresci e muitas coisas foram acontecendo com a gente, fomos nos distanciando um do outro, tudo foi ficando frio. Você e mamãe começaram a brigar, nos afastamos da igreja e acho que de Deus também, porque vocês deixaram de rezar comigo, nunca mais vi vocês se abraçando e se beijando.

Depois que sai de casa, pai, até tentei encontrar um amigo, mas por ser muito fechado, não encontrei ninguém; como faz falta um amigo. Por que será pai que aconteceu isto com a gente? Quem me dera poder começar tudo de novo, mas sei que não tem retorno, agora é tarde, eu caí no mundo cruel das drogas e ele me trouxe também a AIDS.

A minha maior tristeza, pai, não é saber que vou morrer não, o que mais lamento em minha vida é ter perdido minha família. Quero lhe fazer um pedido muito importante: cuide da mamãe,. Não sei se ela vai suportar tanto sofrimento, talvez ela prefira continuar tendo seu filho como desaparecido do que ficar sabendo que ele está vivendo neste inferno.

Quem sabe a gente se vê um dia. Eu continuo acreditando naquelas coisas que você e mamãe me ensinaram quando eu era pequeno, de que um dia a gente vai se encontrar no céu. Duro pai é que eu não sei se mereço o céu. Não guardo magoa de vocês, agora é tarde pra gente ficar tentando achar quem foi o maior culpado, acho que todos nós tivemos culpa. Só tenho certeza de uma coisa, duvido que um jovem criado num lar verdadeiramente cristão, onde reine a paz e o amor e Deus se faça presente acabe trilhando o caminho que escolhi.

Se você tiver coragem pai, torne pública esta minha carta para que nosso último gesto em família seja um ato de amor e piedade, evitando assim, quem sabe, que outros pais e outros filhos cometam os mesmos erros que nós cometemos.

Adeus papai.

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