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Mãe de jovem com esquizofrenia reclama falta de vaga para internar filho, em Assis

Sandra Regina de Almeida diz que não consegue encaminhamento pelo CIAPS

Redação AssisCity/ Fotos: Divulgação

  • 01/05/17
  • 10:00
  • Atualizado há 364 semanas

O drama de Sandra Regina de Almeida, moradora da Vila Ribeiro, começou há cerca de seis anos por conta do seu filho, Thomas Henrique de Almeida, de 29 anos.

Segundo ela, o rapaz foi diagnosticado com esquizofrenia e constantemente tem surtos psicóticos que o deixam muito agressivo.

"Meu filho começou a ter surtos há mais ou menos seis anos. Desde então, eu larguei tudo para poder cuidar dele. Ele foi diagnosticado com esquizofrenia e tem surtos constantemente, o que o deixam muito agressivo. Ele já ficou internado em Garça, em Taubaté e a última vez que ele ficou internado foi no Hospital Regional de Assis, mas tem uma semana que ele saiu de lá. Depois disso, ele teve outro surto e o levamos para a UPA, onde ele passou duas noites sedado para se acalmar", conta.

Sandra diz que o rapaz precisa de internação, mas que procura o CIAPS de Assis e não consegue.

"Ele teve alta na UPA e disseram que tinha uma consulta agendada para ele no CIAPS terça-feira, às 8h. Quando eu cheguei lá, o psicólogo que me atendeu foi super grosseiro e disse que ele estava mal porque eu não dava os remédios corretamente. As consultas só estão sendo marcadas com espera de três a quatro meses, e para tentar algum encaixe é preciso ir lá todo dia tentar. Só que eu não tenho nem o dinheiro do circular para chegar lá e moro do outro lado da cidade. A gente voltou do CIAPS nesta terça-feira à pé, meu filho quase se arrastando, e é uma humilhação muito grande", diz emocionada.

"O que o meu filho precisa é de internação, porque ele está cada dia pior. Agora, o médico falar pra mim que eu não dou os remédios corretamente é um absurdo. Tudo o que eu faço é cuidar do meu filho. Eu cheguei a falar para o médico que os remédios não estavam mais fazendo efeito, mas ele disse que o Thomas estava bem. Ele estava tranquilo porque passou dois dias sedado, mas logo vai ter um surto de novo, tenho certeza, porque ele piora quando vem pra casa", salienta.

A mãe de Thomas disse que procurou o Fórum de Assis para ver se consegue ajuda do Poder Judiciário.

"Eu e o pai dele estivemos no Fórum na terça-feira, 30, para conversar com o promotor. A secretária nos informou que precisamos de um advogado para entrar com o pedido. Agora vamos ver se conseguimos, porque vão ficar dopando até conseguir uma vaga de internação. É muito difícil passar por toda essa humilhação, porque até para ir no CIAPS dependo de carona. Mesmo que ele volte para o Regional, ele não pode ficar mais de 15 dias internado lá. O que ele precisa é ser internado por um período longo, que possa fazê-lo melhorar", afirma.

Em nota, a Assessoria de Imprensa da UPA informou que "a família quer internar o paciente fora do Município de Assis, em uma internação prolongada, e a UPA não tem acesso a este tipo de encaminhamento. O atendimento da UPA nestes casos é atender o quadro na urgência, visando à melhora do paciente e, se necessário, encaminhar o mesmo para atendimento com o psiquiatra. O paciente foi trazido para atendimento por um quadro de agitação e agressividade, sendo medicado e permanecendo em observação até o dia 29 de maio. Nesta data ele foi reavaliado e, por estar calmo e tranquilo, foi liberado para casa, com consulta já agendada no Centro Integrado de Atenção Psicossocial de Assis - CIAPS para o dia seguinte, dia 30, às 8 da manhã".

Já Luciana Gomes, coordenadora do CIAPS, esclarece que "este paciente e sua família compareceram a no CIAPS e a mãe solicitava internação para o filho. Ele já havia estado na UPA e estava medicado sem indicação para internação de imediato. Como não havia essa indicação, nossa equipe tinha uma proposta de cuidados intensivos para ser dado à família, que não aceitando a negativa da internação, deixou o espaço sem as devidas orientações".

Thomas e sua mãe Sandra Regina de Almeida

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