Buscar no site

Procuradores do MPT prendem dono de carvoaria por trabalho escravo

Situações degradantes de trabalho foram constatadas em Bastos (SP). Homem foi ouvido e encaminhado para Polícia Federal em Marília (SP).

Globo.com

  • 27/11/14
  • 09:00
  • Atualizado há 491 semanas

Procuradores do Ministério Público do Trabalho (MPT) prenderam em flagrante na quarta-feira (26) o dono de uma carvoaria em Bastos (SP) por crime de trabalho escravo, depois que as condições de um casal de funcionários foram consideradas degradantes pelos fiscais.

A denúncia de trabalho informal levou os procuradores até a carvoaria na zona rural. A equipe de fiscalização foi recebida pelo dono que afirmou que trabalhava sozinho. No entanto, o barro úmido deixado no recipiente perto dos fornos denunciou que outras pessoas trabalhavam no local. Um casal foi encontrado escondido em uma plantação de tomate por policiais rodoviários federais que davam apoio à operação.

O casal contou aos procuradores que foi contratado há oito meses e revelou uma rotina de dificuldades. O almoço era preparado na mata e um galão de óleo servia como caldeira. Pelas mãos machucadas dos trabalhadores, os procuradores identificaram a falta de equipamento de proteção.

Segundo os trabalhadores, o dono da carvoaria não disponibilizava banheiro para eles e as necessidades fisiológicas eram feitas no mato. A higiene no corpo era feita no riacho. "A gente toma banho no rio para não sair preto de cartão. Não tem como fazer outra coisa", diz o trabalhador rural, Dirceu Antônio.

Diante da gravidade da situação, uma audiência foi feita ainda o local. Depois do depoimento dos trabalhadores, o dono da carvoaria recebeu voz de prisão e foi preso em flagrante por trabalho escravo e encaminhado à Polícia Federal de Marília. "Previ a submissão à condição análogas de escravidão pelas situações degradantes de trabalho como falta de registro na carteira e também de equipamentos de segurança", afirma o promotor do MPT, Marcus Vinícius Gonçalves.

O dono do local em Bastos foi ouvido pela Polícia Federal e encaminhado para a Penitenciária de Marília. Em dois dias de operação, três carvoarias foram fiscalizadas na região de tupã. Em todas, os procuradores constataram irregularidades. Audiências com os proprietários de carvoarias de Tupã e Rinópolis (SP) serão feitas para a assinatura do Termo de Ajuste de Conduta (TAC).

Receba nossas notícias em primeira mão!