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O Mal do Século XXI: Alzheimer

  • 24/04/13
  • 11:00
  • Atualizado há 574 semanas

*Lais de Oliveira Lopes

O aumento da expectativa de vida significa um ganho em termos de qualidade de vida e também aumento de incidência de doenças crônico-degenerativas, incapacidades e dependência, que se instalam nas fases mais avançadas do processo de envelhecimento. Entre os problemas de saúde que acometem as pessoas idosas, as síndromes demenciais, como a Doença de Alzheimer (DA), causam forte impacto na estrutura familiar e na sociedade.

A DA é a forma mais comum de demência, representando entre 50% e 70% do total de incidência entre todas as outras demências. Alguns estudos epidemiológicos indicam que a prevalência da DA aumenta progressivamente com o envelhecimento, sendo que a partir dos 65 anos, sua prevalência dobra a cada cinco anos.

De acordo com o relatório produzido pela Alzheimer's Disease International, estimava-se que 35,6 milhões de pessoas no mundo iriam viver com demência no ano de 2010. Prevê-se que esse número dobre a cada 20 anos, atingindo 65,7 milhões de pessoas em 2030 e 115,4 milhões, em 2050. O número total de novos casos de demência por ano em todo o mundo é quase 7,7 milhões, o que implica um novo caso a cada quatro segundos.

Nos Estados Unidos essa realidade é cada vez mais preocupante. A DA está entre as seis doenças que mais causam morte. É a única doença entre os top 10 que não pode ser prevenida, modificada seu curso evolutivo ou curada. Atualmente, as projeções indicam que a cada 69 segundos um americano desenvolve DA.

O Brasil não esta muito longe dessa realidade. Em 2006, cerca de 500 mil pessoas foram acometidas pela DA. Em 2010, nosso país estava entre os nove países com o maior número de pessoas com demência. Em primeiro lugar estava China (5,4 milhões), seguida pelos EUA (3,9 milhões), Índia (3,7 milhões), Japão (2,5 milhões), Alemanha (1,5 milhões), Rússia (1,2 milhões), França (1,1 milhões), Itália (1,1 milhões) e Brasil (1,0 milhão).

O declínio da memória é o sintoma inicial, característico da doença, causado por alterações cerebrais que destroem os neurônios do hipocampo, região que controla a memória, a linguagem e o comportamento. À medida que a doença avança, a perda da memoria progressiva vai sendo acompanhada por outros problemas, como desorientação e dificuldade para realizar tarefas básicas - como, por exemplo, calçar um sapato. Nos estágios avançados, perde-se a identidade: não reconhece a própria imagem, nem os familiares, o comportamento, os interesses, os gostos e a capacidade de comunicação são perdidos nas brumas do cérebro.

A doença de Alzheimer é a ameaça ruim embutida numa perspectiva boa, a da expectativa de vida, que deve continuar aumentando. A estimativa da OMS (Organização Mundial da Saúde) é que vire pandemia em 20 anos.

O problema é que existe uma falta de consciência e compreensão de demência, em algum nível, na maioria dos países. Os sintomas da síndrome são frequentemente considerados como uma parte normal do envelhecimento ou de uma condição para a qual nada pode ser feito. Isso afeta as pessoas com demência, seus cuidadores e familiares, e sua estrutura de apoio em uma série de maneiras. Essa baixa conscientização contribui para a estigmatização e isolamento e a má compreensão cria barreiras para o diagnóstico adequado e acesso a cuidados médicos e sociais, levando a uma grande lacuna no tratamento.

Lais de Oliveira Lopes

Proprietária da Qualis, empresa especializada em cuidar de idosos, em Paraguaçu Paulista

Tel:. 3361 2037// 9630 8531

Gerontóloga formada pela USP

Mestre em Gerontologia pela UNICAMP.

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