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Professor Benjamin relembra crônica em homenagem ao Monsenhor Floriano

COLUNISTA - José Benjamin de Lima

José Benjamim

  • 07/03/20
  • 16:00
  • Atualizado há 210 semanas

Faleceu nessa madrugada, aos 94 anos, o padre assisense Monsenhor Floriano de Oliveira Garcez. É uma grande perda para Assis e para todos nós que tivemos o privilégio de conhecê-lo e conviver com ele. De minha admiração por ele é pálida expressão essa pequena crônica que escrevi por ocasião de seus 90 anos de vida.

UM SENHOR QUE PODEMOS CHAMAR DE NOSSO

Por José Benjamim de Lima



Monsenhor, do francês monseigneur, significa, literalmente, meu senhor. Na vida eclesiástica católica, designa um título honorífico concedido pelo Papa a sacerdotes e autoridades eclesiásticas por relevantes serviços prestados à Igreja.

Ninguém mais merecedor desse título do que o padre assisense Floriano de Oliveira Garcez. Os 90 (noventa) anos de idade, que acaba de completar no dia 10 de fevereiro, vêm sendo plenos de dedicação a sua Igreja e a sua Comunidade.

Padre Floriano exerceu com empenho e amor suas atribuições religiosas em Assis e Região, ao longo de muitos anos, ganhando a admiração, o respeito e o carinho de todos os fieis que partilharam de seu ministério religioso. Cumpriu com abnegação e zelo as missões que recebeu de seus superiores, entre elas, a edificação da Catedral de Assis e do Colégio Diocesano. Mas não ficou apenas em suas obrigações estritamente religiosas; também deixou seu nome e obras inscritos em outras Instituições assisenses que ajudou a criar e a administrar, como a Casa da Menina e a Santa Casa de Misericórdia de Assis.

Desapegado dos bens materiais, doou praticamente tudo o que já teve a instituições públicas e de caridade. O Museu "Casa de Taipa" foi uma dessas doações para a cidade. Doou-se não só a Instituições, mas principalmente a pessoas necessitadas, sempre com muito desprendimento e generosidade. Ajudou a tantos afilhados!

Na sua longa e produtiva vida, tem colocado sua fé, seu talento e sua energia a serviço de seu rebanho e de sua comunidade, pouco se preocupando consigo mesmo, adotando como filosofia de vida a advertência de Cristo: "Não andeis ansiosos pela vossa vida, quanto ao que haveis de comer, nem pelo vosso corpo, quanto ao que haveis de vestir. Porque a vida é mais do que o alimento, e o corpo mais do que as vestes" (Lucas, XII, 22 e 23).

Monsenhor Floriano nunca foi senhor de si, sempre foi nosso, da Igreja, da cidade, da comunidade. Humilde, mas obstinado, no servir, tenho certeza de que continuará atuante e produtivo até o último minuto de sua vida. Seu modo de atuar nunca deixou de ser como o do servo vigilante da parábola. Quando Cristo vier buscá-lo - e esperamos que esse dia esteja longe - irá encontrá-lo a postos, como sempre, preparado e à disposição para novas missões.

Minha convivência com o Monsenhor é relativamente recente. Não tem mais de 5 (cinco) anos, datando do tempo em que, a seu convite, tornei-me Irmão da Santa Casa de Misericórdia de Assis. Desde então, quanto mais com ele convivo, mais o admiro e respeito, pelo exemplo e bela história de vida que é a sua.

Bem aventurado Padre Floriano. Pois assim o são "aqueles servos a quem o Senhor quando vier os encontre vigilantes; em verdade vos afirmo que ele há de cingir-se, dar-lhes lugar à mesa e, aproximando-se, os servirá" (Lucas, XII, 37). Feliz Aniversário, Monsenhor!

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