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Especial Mulheres: O legado da professora Angélica Amorim Pereira em Assis

Carinhosamente apelidada de Dona Yayá, Angélica Amorim Pereira é patrona da EMEIF da Vila Cláudia

Redação AssisCity

  • 04/03/24
  • 11:00
  • Atualizado há 7 semanas

Em comemoração ao Dia Internacional da Mulher, que será celebrado nesta sexta-feira, 08 de março, o Portal AssisCity está produzindo uma série de matérias contando um pouco da história de grandes mulheres que foram muito importantes para o município de Assis.

A primeira homenageada é Angélica Amorim Pereira, patrona da EMEIF que carrega seu nome, localizada na Vila Cláudia.

Angélica Amorim Pereira nasceu em Monte Alto, interior de São Paulo, no dia 10 de junho de 1899. Filha de Silvio Amorim Rodrigues e Paulina Adélia Rodrigues, se mudou ainda criança para Botucatu, onde morou até o seu casamento, se formando na Escola Normal da cidade.

Era conhecida pelo apelido carinhoso de Dona Yayá, desde que adoeceu de tifo, uma doença bacteriana e infectocontagiosa, aos seis anos de idade. Angélica ficou extremamente debilitada e não conseguia andar ou se levantar sozinha, então sua família contratou uma ex-escrava para cuidar da menina e ser sua acompanhante. Naquele período, as escravas tinham como hábito chamar as meninas brancas de Yayá, e foi por este apelido que Angélica ficou conhecida a vida inteira.

Reprodução/Arquivo - Angélica Amorim Pereira é patrona da EMEIF que carrega seu nome em Assis - Foto: Reprodução/Arquivo
Angélica Amorim Pereira é patrona da EMEIF que carrega seu nome em Assis - Foto: Reprodução/Arquivo

Casou-se com Jonathas Pereira, na época sargento instrutor do Tiro de Guerra de Botucatu e dessa união nasceram os filhos: Climério, Maria Hortência, Gilberto, Paulo, Luiz Carlos, Cecília e José Claudino. Dos sete filhos, dois faleceram ainda bebês, e dos outros cinco, quatro se dedicaram ao trabalho ligado a educação.

A carreira de Angélica no Magistério começou em 1923, quando se tornou professora primária em uma escola na zona rural de Bernardino de Campos, posteriormente se transferindo para o Grupo Escolar de Quatá em 1926, ano em que a política, para atingir seu esposo, então prefeito da cidade, a transferiu para Duartina.

Duartina, na época, era menos desenvolvida que Quatá, e preocupada com a educação dos filhos e com a vida profissional do esposo, Dona Yayá renunciou ao cargo de diretora com a condição de transferir-se para Assis como professora, a única cidade da região que contava com ginásio.

Herdou da família o gosto pela música, tocava violino, acordeão, piano e bandolim, e muitas foram as festas que ela organizou nas escolas, onde deixou parte da sua história pessoal, seu amor e dedicação ao trabalho e o respeito às causas do ensino.

Angélica Amorim Pereira faleceu em Assis no dia 20 de março de 1987.

Educação em Assis

Em Assis, Angélica Amorim Pereira foi professora primária no grupo escolar "Dr. João Mendes Júnior" de 1938 a 1950 e no grupo escolar "Dr. Lucas Thomas Menk" de 1951 a 1953, quando prestou concurso público para diretora da escola. Aprovada com distinção, Angélica escolheu a direção do grupo escolar João Ramalho, então distrito do município de Quatá, onde se aposentou em 1954, após 30 anos de dedicação ao ensino.

Durante muitos anos mantiveram em Assis, em regime de externato, vários alunos, onde os preparava para o exame de admissão do ginásio.

Em 12 de março de 1984 foi aprovada a Lei Municipal nº 2.289 que criava os SEMEIA's - Setor Municipal de Educação em Assis. Nesta época, as crianças em idade pré-escolar da Vila Cláudia, eram atendidas em duas turmas no DERAC - clube pertencente ao DER, que ficava localizado na estrada de acesso à Vila.

Em 1988, com a construção de uma Unidade Escolar na Vila Ouro Verde, as crianças passaram a ser transportadas para a referida escola, mas a comunidade continuou sua luta pela instalação de uma Unidade Escolar na Vila.

Em fevereiro de 1989, as escolas passaram a denominar-se EMEI's - Escola Municipal de Educação Infantil e no dia 17 de fevereiro de 1992, a administração entregou a Vila Cláudia a tão sonhada Unidade Escolar, buscando atender crianças de um conjunto habitacional em fase de acabamento, localizado nas proximidades da vila que abrigaria 382 famílias.

A EMEIF Profª Angélica Amorim Pereira foi uma conquista da Vila Cláudia frente à necessidade de atendimento educacional aos moradores do bairro e teve seu ato inaugural em 05 de maio de 1992, em uma cerimônia simples que contou com a presença de familiares da homenageada.

Atualmente a unidade escolar atende 271 alunos na Educação Infantil de 04 e 05 anos e no Ensino Fundamental de 06 a 10 anos de idade. Com a ampliação da unidade entregue a população em 2024, houve o aumento de 100 novas vagas para os estudantes do município, com ampliação dos espaços pedagógicos e a oferta da quadra de esportes aos alunos.

Atualmente a escola tem como diretora Adriane Gallo Alcantara da Silva e como coordenadora pedagógica Daniele Cristine Martins Freiria.

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