"Deus me pegou no colo e me deu uma nova chance de viver", relata emocionado assisense que venceu a COVID-19
Celso Malaquias dos Reis ficou 10 dias na UTI da Santa Casa de Assis
"Eu digo, quem pode ficar em casa, fique! E quem não pode, se cuide, pois na hora que você entra no hospital, não tem 'tchau', não tem 'desculpe', não tem nada. Apenas você, Deus e o medo de não sair de lá". É esse o conselho que o assisense de 49 anos, Celso Malaquias dos Reis deixa, após ficar 10 dias na UTI com a COVID-19.
Emocionado e com a voz embargada, sentindo as sequelas da COVID-19, Celso conversou com exclusividade com o Portal AssisCity e contou os detalhes da batalha que travou contra a doença que está que está matando milhares de pessoas pelo mundo. E ele venceu.
"Tudo começou quando eu estava indo para o trabalho, no dia 17 de abril, e não me senti bem. Comuniquei meus chefes e acabei indo para a Unidade Pronto Atendimento (UPA), onde fui muito bem atendido e já saí de lá com 10 dias de atestado e o pedido do exame da COVID-19", contou Celso.
Na segunda-feira, 19 de abril, Celso fez o teste rápido na farmácia e o resultado deu positivo. De acordo com ele, no começo estava tudo bem, não haviam sintomas muito fortes e seu quadro era estável, mas depois vieram as complicações.
"Na quarta-feira as coisas começaram a complicar, minha família precisou chamar o SAMU para me levar até a UPA, pois eu estava com muita falta de ar e desidratado. A equipe de resgate foi anjos no meu caminho. Fiquei internado um dia na UPA, voltei pra casa e piorei novamente, tendo de acioná-los mais uma vez", explicou o assisense.
Após isso, a batalha no hospital começou.
No dia 23 de abril Celso conseguiu uma vaga na enfermaria da Santa Casa de Assis, onde permaneceu internado por 4 dias. "Eu tive uma piora de saturação e precisei ir pra UTI, já com 70% do pulmão comprometido. Naquele momento o medo tomou conta de mim e pensei que morreria", desabafou Celso.
Foram 10 dias torturantes para o assisense que estava sem contato com a família, mas lutando todos os dias, assim como seus familiares que a todo momento oravam pela vida de Celso.
Para ele a equipe médica foi combustível para que continuasse tentando e não desistisse dessa luta. "Eram incríveis, as enfermeiras, auxiliares, médicos e toda a equipe da linha de frente, sempre tratando a gente da melhor forma. Em nenhum momento mediram esforços para me salvar e a todos os outros que estavam na mesma situação que a minha", declarou agradecido.
O medo
Em um momento de emoção Celso desabafou sobre o medo da morte, da agonia e desespero.
"Quando estava para ser transferido para a UTI e eu não conseguia respirar, sabendo que minha saturação não melhorava, eu confesso que tive medo de morrer naquela hora. Eu deitado de costas, senti que o médico bateu em minhas costas e quando olhei pra ele só consegui dizer: 'doutor faça o que for preciso!'. E então me levaram às pressas para a UTI", contou Celso, com a voz embargada.
Amigos e familiares oraram muito por Celso e ele afirma emocionado: "com todas essas orações Deus me pegou no colo e me deu uma nova chance de viver".
A vitória
No dia 5 de abril o assisense recebeu alta da UTI, voltou para a enfermaria e no dia 10 foi liberado para se recuperar em casa.
Segundo a filha, Nichole Reis, Celso segue em tratamento em casa, fazendo fisioterapia, já que ficou muito debilitado e com sequelas da doença.
"Em todo momento buscamos muito a Deus, orávamos pedindo a cura, mas também pedindo que Deus fizesse o melhor para ele", contou a filha.
A saída do hospital
A família enfeitou o carro com bexigas e escreveu no vidro a frase "Vencemos a COVID", e assim foram rumo à Santa Casa buscar Celso e levá-lo para a casa.